A Caixa Geral de Depósitos anunciou esta sexta-feira que alcançou lucros recorde em 2023. O banco público teve um resultado positivo de 1291 milhões de euros.
Os lucros de 2023 foram muito impulsionados pela margem financeira devido à diferença entre juros cobrados no crédito e as taxas pagas nos depósitos.
O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, adiantou esta sexta-feira, na apresentação de resultados, que serão pagos ao Estado 525 milhões de euros em dividendos referentes a estes lucros. Para além desse valor, a CGD vai ainda pagar impostos (529 milhões de euros) e custos de supervisão (204 milhões de euros).
Segundo a CGD, com o pagamento deste dividendo devolve ao Estado 2.200 milhões de euros, cerca de 90% do aumento de capital em dinheiro feito pelo Estado no banco em 2017.
De acordo com o banco público, os resultados obtidos em 2023 permitem ultrapassar, em termos acumulados, os prejuízos anteriores.
Entre 2011 a 2016, o banco público teve prejuízos de 3.838 milhões de euros. Entre 2017 a 2023, foram acumulados lucros de 4.533 milhões de euros.
Entre 2011 a 2016, o banco público teve prejuízos de 3.838 milhões de euros. Entre 2017 a 2023, foram acumulados lucros de 4.533 milhões de euros.
Macedo nega convite para o Governo
Os resultados do banco público foram apresentados pelo presidente da Comissão Executiva, Paulo Macedo, cujo mandato termina no final deste ano.
Esta sexta-feira, o Correio da Manhã noticiava que Macedo seria uma possível escolha de Luís Montenegro para ministro das Finanças caso a Aliança Democrática forme governo.
Paulo Macedo negou, no entanto, qualquer convite e afirmou a intenção de cumprir o mandato até ao fim. "Ninguém me contactou, não há convite", afirmou.
De recordar que Macedo foi nomeado para presidente executivo da CGD por António Costa depois de ter ocupado a pasta de ministro da Saúde durante o governo de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015.
Antes ainda, tinha sido Diretor-Geral dos Impostos, entre 2004 e 2007, tendo sido nomeado pelo Governo de Durão Barroso.
Na conferência de hoje, Paulo Macedo abordou ainda a atual situação política. Admitiu que há quem entenda que viver em duodécimos é melhor porque se evita a subida de despesa, mas que é "importante" para o país ter um orçamento e uma "orientação" sobre o que se pretende.