O Banco Mundial prevê financiar projetos em Cabo Verde em mais de 180 milhões de dólares (162,3 milhões de euros) de 2022 a 2025, o dobro face ao envelope financeiro anterior, segundo o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.
"Temos um envelope previsto de mais de 180 milhões de dólares norte-americanos para o ano fiscal 2022/2025. Portanto, um valor histórico, num momento histórico. Tenho de agradecer em nome do Governo o trabalho feito e este apoio inexcedível do Banco Mundial em relação ao país", destacou hoje o governante, que é também ministro das Finanças.
De acordo com Olavo Correia, as negociações com o Banco Mundial permitiram "mais do que duplicar" o plafond para projetos em Cabo Verde.
Olavo Correia defendeu que o Banco Mundial representa um "parceiro importante" de Cabo Verde "no passado, no presente e seguramente no futuro", sublinhando o apoio prestado na "gestão da pandemia da covid-19".
"E agora no esforço que o país está a fazer na retoma da atividade económica", disse Olavo Correia.
Segundo informação da instituição, o Banco Mundial é "um dos parceiros estratégicos de desenvolvimento de Cabo Verde", tendo atualmente 11 projetos em execução no país, nas áreas do turismo, educação e desenvolvimento de competências, transportes, inclusão social, energia, economia digital, saúde, setor empresarial e acesso ao financiamento de micro e pequenas empresas, totalizando 223 milhões de dólares (203 milhões de euros).
O vice-presidente para África ocidental e central do Banco Mundial, Ousmane Diagana, visitou na semana passada Cabo Verde e enalteceu a cobertura da vacinação contra a covid-19 no arquipélago, uma das mais altas em África, tendo 73,6% da população adulta recebido já as duas doses da vacina, uma parte fornecida com apoio daquela instituição global.
"Cabo Verde é um exemplo para o mundo nesta área", enfatizou, para logo a seguir recordar que a crise económica provocada pela pandemia de covid-19 - recessão económica de 14,8% do PIB em 2020 - teve impactos no processo de redução da pobreza no país iniciada há vários anos.
Ousmane Diagana transmitiu igualmente a disponibilidade do Banco Mundial para apoiar as reformas em Cabo Verde, na perspetiva das energias renováveis e com a contribuição do setor privado: "Estamos disponíveis para trabalhar com Cabo Verde para aumentar a resiliência da sua economia".
"Para mim não há pequenos Estados, pequenos países. Só há países comprometidos com o esforço de desenvolvimento", acrescentou.
Uma informação da instituição refere que esta vista visou "reforçar a cooperação entre o Grupo Banco Mundial e o Governo de Cabo Verde", mas também "conhecer as razões" que levam a que o arquipélago "seja considerado um campeão da vacinação contra a covid-19 em África" e para "reafirmar o compromisso de apoio na recuperação e relançamento da economia" cabo-verdiana no período pós-pandemia.
"A visita surge numa altura em que o Banco Mundial acaba de finalizar a sua estratégia para a África ocidental e central, cujos quatro grandes objetivos são: estabelecer um novo contrato social entre os cidadãos e o Estado, trabalhar para mais e melhores empregos, reforçar o capital humano e melhorar a resiliência climática", refere-se numa informação enviada anteriormente à Lusa por aquela instituição.