A Comissão Europeia voltou a rever em baixa as previsões de recuperação da economia portuguesa para este ano. Bruxelas espera agora que a economia cresça 4,1 por cento em 2021, contra os 5,4 estimados no passado mês de novembro.
A perspetiva de um regresso a números de crescimento pré-pandemia é possível no final de 2022.
Contudo, tal evolução dependerá do comportamento do turismo estrangeiro, que continua a enfrentar demasiadas incógnitas.
Contudo, tal evolução dependerá do comportamento do turismo estrangeiro, que continua a enfrentar demasiadas incógnitas.
Estas previsões intercalares de inverno projetam também um agravamento do crescimento na Zona Euro e na União Europeia em 2021: no caso da Zona Euro, a quebra é de 4,2 para 3,8 por cento, enquanto que para o conjunto dos 27 passou de 4,1 para 3,7 por cento.
Bruxelas adianta ainda que o índice de preços ao consumidor apresentou uma quebra ligeira para 0,1 por cento em 2020. Mas a inflação deverá aumentar 0,9 por cento este ano e 1,2 em 2022.
O aumento previsto para os preços da energia deverá ser o principal motor da inflação no primeiro semestre de 2021. Haverá também uma aceleração gradual dos preços dos serviços a partir do próximo mês.
O que espera o Governo
O ministro das Finanças admitia ontem, na Assembleia da República, que o Governo teria de "rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021", tendo em conta o atual contexto pandémico.
"A evolução da pandemia conduziu a medidas de confinamento que vão ter um impacto significativo, em particular nos setores mais afetados pela necessidade de distanciamento social", afirmou João Leão, ouvido em sede de comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
Para este ano, o Executivo prevê atualmente um crescimento do PIB de 5,4 por cento.
O "desafio"
Na conferência de imprensa para a apresentação destas previsões intercalares, o comissário europeu com o portefólio da Economia insistiu na ideia de que a economia europeia será capaz de retornar a números pré-pandémicos em 2022, mais cedo do que o esperado. Isto apesar "do desafio" do crescimento abaixo do previsto em 2021.
"Como a recessão em 2020 não foi tão profunda como se esperava, e graças aos avanços em matéria de vacinas, projetamos agora que a economia da União Europeia regressará ao seu nível de Produto Interno Bruto pré-crise já em 2022", disse Paolo Gentiloni.
"Desde o outono, muitos Estados-membros reintroduziram ou reforçaram as medidas de contenção em resposta ao ressurgimento das infeções e, mais recentemente, à propagação de novas variantes mais contagiosas do coronavírus", acrescentou o eurocomissário.
Gentiloni destacou também que, embora estas medidas sejam "necessárias", é "claro que afetam a atividade económica, ainda que em muito menor grau do que na primavera do ano passado".
Quanto a Portugal, o comissário europeu para a Economia afirmou que o país "é substancialmente afetado por um dos sectores em maiores dificuldades: o turismo, não apena o geral mas sobretudo o turismo estrangeiro, que significa oito por cento do PIB".
"A pandemia pode deixar cicatrizes económicas e sociais mais profundas do que pensámos. O número de falências pode aumentar e pode haver mudanças estruturais que aumentem o número de desempregados mais do que esperado. E pode haver um acentuar das desigualdades, sobretudo das desigualdades de género", concluiu.
c/ agências
Bruxelas adianta ainda que o índice de preços ao consumidor apresentou uma quebra ligeira para 0,1 por cento em 2020. Mas a inflação deverá aumentar 0,9 por cento este ano e 1,2 em 2022.
O aumento previsto para os preços da energia deverá ser o principal motor da inflação no primeiro semestre de 2021. Haverá também uma aceleração gradual dos preços dos serviços a partir do próximo mês.
O que espera o Governo
O ministro das Finanças admitia ontem, na Assembleia da República, que o Governo teria de "rever significativamente o cenário macroeconómico para 2021", tendo em conta o atual contexto pandémico.
"A evolução da pandemia conduziu a medidas de confinamento que vão ter um impacto significativo, em particular nos setores mais afetados pela necessidade de distanciamento social", afirmou João Leão, ouvido em sede de comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
Para este ano, o Executivo prevê atualmente um crescimento do PIB de 5,4 por cento.
O "desafio"
Na conferência de imprensa para a apresentação destas previsões intercalares, o comissário europeu com o portefólio da Economia insistiu na ideia de que a economia europeia será capaz de retornar a números pré-pandémicos em 2022, mais cedo do que o esperado. Isto apesar "do desafio" do crescimento abaixo do previsto em 2021.
Today’s #ECForecast provides real hope at a time of great uncertainty for us all.
— European Commission 🇪🇺 (@EU_Commission) February 11, 2021
We remain in the painful grip of the pandemic, its social and economic consequences all too evident.
Yet there is, at last, light at the end of the tunnel.
More: https://t.co/H7oXvaPJRU pic.twitter.com/WS82ZWTEGT
"Como a recessão em 2020 não foi tão profunda como se esperava, e graças aos avanços em matéria de vacinas, projetamos agora que a economia da União Europeia regressará ao seu nível de Produto Interno Bruto pré-crise já em 2022", disse Paolo Gentiloni.
"Desde o outono, muitos Estados-membros reintroduziram ou reforçaram as medidas de contenção em resposta ao ressurgimento das infeções e, mais recentemente, à propagação de novas variantes mais contagiosas do coronavírus", acrescentou o eurocomissário.
Gentiloni destacou também que, embora estas medidas sejam "necessárias", é "claro que afetam a atividade económica, ainda que em muito menor grau do que na primavera do ano passado".
Quanto a Portugal, o comissário europeu para a Economia afirmou que o país "é substancialmente afetado por um dos sectores em maiores dificuldades: o turismo, não apena o geral mas sobretudo o turismo estrangeiro, que significa oito por cento do PIB".
"A pandemia pode deixar cicatrizes económicas e sociais mais profundas do que pensámos. O número de falências pode aumentar e pode haver mudanças estruturais que aumentem o número de desempregados mais do que esperado. E pode haver um acentuar das desigualdades, sobretudo das desigualdades de género", concluiu.
c/ agências