Bolsas asiáticas em baixa após recuo de Wall Street e novas taxas

por Lusa
As bolsas asiáticas abriram em baixa esta quarta-feira EPA (arquivo)

As bolsas asiáticas voltaram a cair esta quarta-feira, quando o último conjunto de tarifas dos Estados Unidos, incluindo uma taxa de 104% sobre as importações chinesas, estão prestes a entrar em vigor.

O principal índice do Japão, o Nikkei, estava a perder quase 4% uma hora e meia após a abertura da sessão e os mercados da Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália também registaram quedas.

Na terça-feira, nos Estados Unidos, o índice S&P 500 caiu 1,6%, após um ganho inicial de 4,1%. Este valor levou-o a ficar quase 19% abaixo do recorde estabelecido em fevereiro. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, caiu 0,8%, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 2,1%.

A incerteza ainda se mantém sobre os passos seguintes do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação à guerra comercial.

A entrada em vigor das tarifas mais altas está programada para a meia-noite, horário do leste dos EUA (5h00 em Lisboa), e os investidores não fazem ideia de como prosseguir, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).

A Casa Branca confirmou na terça-feira que os Estados Unidos vão passar a taxar a 104% as importações chinesas a partir de hoje, cumprindo a ameaça de aumento das tarifas em 50 pontos percentuais.

Incerteza mantém-se

O recuo durante a noite e no início do dia de hoje na Ásia seguiu-se a uma recuperação das ações a nível mundial no início de terça-feira, com os índices a subirem 6% em Tóquio, 2,5% em Paris e 1,6% em Xangai.

Após a abertura de hoje, o Kospi, da Coreia do Sul, estava a perder 1%, para 2.315,27, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália caiu 2% para 7.359,30. As ações da Nova Zelândia também registaram quedas.

Os analistas têm vindo a alertar para a possibilidade de mais oscilações nos mercados financeiros, dada a incerteza quanto ao período que Trump poderá manter de forma rígida as tarifas sobre as importações, que vão aumentar os preços para os compradores norte-americanos e abrandar a economia.

Se mantiver durante muito tempo, economistas e investidores esperam uma recessão. No caso de o presidente republicano reduzir essas taxas através de negociações relativamente rápidas, o pior cenário pode ser evitado, consideram.

A guerra comercial de Trump é um ataque à globalização que moldou a economia mundial e ajudou a baixar os preços dos produtos nas prateleiras das lojas, mas também fez com que os empregos na indústria saíssem para outros países, escreveu a agência AP.

 

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