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BCE reduz taxas diretoras pela primeira vez em dois anos

por RTP
Heiko Becker - Reuters

O Banco Central Europeu reduziu esta quinta-feira em 25 pontos base as suas três taxas de juro diretoras.

A taxa fixa de operações principais de refinanciamento fixa-se agora nos 4,25 por cento. Já a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez cai para 4,5 por cento e a taxa de facilidade permanente de depósito estabelece-se nos 3,75 por cento.

Esta é a primeira descida desde que os juros começaram a escalar, em julho de 2022. Neste mês, a instituição encabeçada por Christine Lagarde decidiu agravar os juros diretores pela primeira vez em seis anos, numa tentativa de domar a crise inflacionista.

O objetivo do Banco Central Europeu é garantir uma estabilização do aumento dos preços, na Zona Euro, em dois por cento.Em maio, a inflação nos países da moeda única foi de 2,6 por cento.


A descida dos juros agora confirmada deverá permitir um alívio nos encargos dos empréstimos para famílias e empresas.

"Com base numa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária, é agora apropriado moderar o nível de restritividade da política monetária, após as taxas de juro terem sido mantidas constantes durante nove meses", sustenta o BCE em comunicado.

"Desde a reunião do conselho do BCE de setembro de 2023, a inflação desceu mais de 2,5 pontos percentuais e as perspetivas de inflação melhoraram significativamente", prossegue, para acrescentar que "a inflação subjacente também abrandou, reforçando os sinais de enfraquecimento das pressões sobre os preços, tendo as expectativas de inflação baixado em todos os horizontes"."O conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de dois por cento. Para o efeito, manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário".


"O conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião na definição do nível e da duração adequados da restritividade", remata a instituição, acrescentando que "as suas decisões sobre as taxas de juro basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da robustez da transmissão da política monetária".
Estimativa para inflação revista em alta
O BCE anunciou entretanto ter procedido a uma revisão em alta da estimativa da inflação para a Zona Euro: 2,5 por cento este ano 2,2 em 2025, mais duas décimas do que em março.

"Os especialistas do Eurosistema projetam agora que a inflação global seja, em média, de 2,5 por cento em 2024, 2,2 por cento em 2025 e 1,9 por cento em 2026", indica a instituição em comunicado.A inflação média para a Zona Euro deverá ficar aquém da meta de dois por cento em 2026, mantendo-se a estimativa de uma inflação média de 1,9 por cento no bloco da moeda única.

A inflação expurgada de preços dos produtos energéticos e produtos alimentares deverá atingir uma média de 2,8 por cento em 2024, 2,2 no próximo ano e dois por cento em 2026.

"O Conselho do BCE está determinado a assegurar que a inflação regresse atempadamente ao seu objetivo de médio prazo de dois por cento. Irá manter as taxas diretoras suficientemente restritivas durante o tempo necessário para atingir este objetivo", afirmou em conferência de imprensa a presidente do BCE, Christine Lagarde.

c/ agências

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