O Banco Central Europeu decidiu-se esta quinta-feira por um aumento das suas taxas de juro em 50 pontos base. É, ainda assim, um abrandamento face aos anteriores agravamentos, que foram de 75 pontos base.
"O Conselho do BCE considera que as taxas de juro ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante, no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de dois por cento a médio prazo", refere o comunicado divulgado no final da reunião desta quinta-feira da instituição liderada por Christine Lagarde.
“O conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretivas, tendo em conta a revisão em alta no que diz respeito às expetativas da inflação. Esperamos continuar a aumentá-las”, afirmou Lagarde.
Segundo a responsável, a instituição considera “que as taxas de juro ainda terão de aumentar de uma forma significativa, a um ritmo constante, para que se consiga atingir níveis suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação com o objetivo de dois por cento a médio prazo”.
Em comunicado, o BCE indicou também que a partir de março de 2023 vai começar a reduzir a sua carteira do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP), que "diminuirá a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema não reinvestirá todos os pagamentos de capital de títulos vincendos".
"A diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023 e o seu ritmo subsequente será determinado com o tempo", explicou a instituição.Na reunião de fevereiro, o Conselho do BCE anunciará os parâmetros detalhados para a redução das posições do APP.
"O Conselho do BCE reavaliará com regularidade o ritmo de redução da carteira do APP para assegurar que permanece coerente com a estratégia geral e a orientação da política monetária, para preservar o funcionamento do mercado e para manter um controlo firme das condições do mercado monetário de curto prazo", acrescentou o banco central.
"A diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023 e o seu ritmo subsequente será determinado com o tempo", explicou a instituição.Na reunião de fevereiro, o Conselho do BCE anunciará os parâmetros detalhados para a redução das posições do APP.
"O Conselho do BCE reavaliará com regularidade o ritmo de redução da carteira do APP para assegurar que permanece coerente com a estratégia geral e a orientação da política monetária, para preservar o funcionamento do mercado e para manter um controlo firme das condições do mercado monetário de curto prazo", acrescentou o banco central.
Segundo a estimativa provisória do Eurostat, a inflação situou se em 10,0 por cento em novembro, sendo esta taxa ligeiramente inferior à de 10,6 por cento registada em outubro.
A descida deveu-se sobretudo à menor inflação dos preços dos produtos energéticos. A inflação dos preços dos produtos alimentares e as pressões subjacentes sobre os preços no conjunto da economia intensificaram se e persistirão durante algum tempo.
A descida deveu-se sobretudo à menor inflação dos preços dos produtos energéticos. A inflação dos preços dos produtos alimentares e as pressões subjacentes sobre os preços no conjunto da economia intensificaram se e persistirão durante algum tempo.
Previsões de crescimento para 2023 revistas em baixa
A instituição liderada por Christine Lagarde reviu também em baixa as previsões de crescimento na Zona Euro no próximo ano, para 0,5 por cento, ao mesmo tempo que subiu as previsões de inflação para 6,3 por cento.
De acordo com as novas projeções, o Produto Interno Bruto do bloco da moeda única deve atingir 0,5 por cento em 2023, contra 0,9 por cento previstos em setembro. Em 2024, o crescimento será de 1,9 por cento e de 1,8 em 2025.
Em relação à inflação, as previsões apontam para 6,3 por cento no próximo ano, em vez dos 5,5 por cento antecipados há três meses. Em 2024, as previsões do banco central indicam uma descida para 3,4 por cento e para 2,3 por cento em 2025, já perto dos dois por cento que o BCE define como objetivo.
"A atividade económica na área do euro poderá registar uma contração no presente trimestre e no próximo, devido à crise energética, à elevada incerteza, ao enfraquecimento da atividade económica mundial e às condições de financiamento mais restritivas", segundo o comunicado do BCE.
De acordo com as projeções mais recentes dos especialistas, "uma recessão seria relativamente curta e pouco profunda".
Espera-se, todavia, que o crescimento "seja fraco no próximo ano", tendo este sido revisto significativamente em baixa em comparação com as projeções anteriores, indicou o BCE.
c/ agências