BCE sobe taxas de juro

por RTP

A notícia já era esperada e foi confirmada pela instituição tutelada por Christine Lagarde. O aumento foi de 75 pontos base e a instituição antevê a continuação dos aumentos.

É o nível mais elevado desde 2008, num esforço para controlar a escalada de preços recorde na zona euro.

Com esta subida, a terceira consecutiva e a segunda desta dimensão, a principal taxa de refinanciamento do BCE fica em 2%. O que significa que, no espaço de poucos meses, as taxas de juro passam dos zero por cento para os dois pontos percentuais.

Na prática, a subida das taxas de juro vai repercutir-se num aumento de encargos, como os empréstimos bancários.
“Com este terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras, o conselho do BCE avançou consideravelmente com a eliminação da acomodação da política monetária”, adianta a instituição num comunicado, antevendo que espera continuar a aumentar as taxas de juro com o objetivo de atingir uma inflação de 2%.

Os últimos dados divulgados indicaram uma taxa de inflação homóloga de 9,9% em setembro, na zona euro, muito longe dos 2% que o BCE fixou como meta.
O Banco Central Europeu não pode prever o quão rápido ou quanto as taxas de juros irão subir, disse a chefe do BCE, Christine Lagarde, nesta quinta-feira, acrescentando que as especulações sobre onde a taxa neutra da zona do euro pode estar "não são necessariamente úteis".
BCE altera condições para operações de liquidez a longo prazo
Banco Central Europeu decidiu modificar as condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado, ajustando as taxas de juro aplicáveis a partir de 23 de novembro.

Em comunicado, o BCE indicou que decidiu ainda "oferecer aos bancos datas adicionais de reembolso antecipado voluntário".

Nos últimos anos, o BCE concedeu empréstimos aos bancos com prazo alargado e juros muito baixos, às vezes até negativos, para os incitar a conceder crédito, uma situação que agora vai mudar com a subida das taxas de juro.

"Durante a fase crítica da pandemia, este instrumento foi crucial para contrariar os riscos em sentido descendente para a estabilidade de preços. Atualmente, devido à subida inesperada e extraordinária da inflação, este instrumento necessita de ser recalibrado para assegurar a sua compatibilidade com o processo mais geral de normalização da política monetária e reforçar a transmissão dos aumentos das taxas diretoras às condições de financiamento bancário", explicou a instituição liderada por Christine Lagarde.

O comunicado do BCE referiu ainda que "no sentido de alinhar mais estreitamente a remuneração das reservas mínimas obrigatórias detidas pelas instituições de crédito junto do Eurosistema com as condições no mercado monetário, o Conselho do BCE decidiu que as reservas mínimas serão remuneradas à taxa de juro da facilidade permanente de depósito do BCE".

O Conselho de Governadores do BCE também indicou que prevê reinvestir na totalidade durante "um período prolongado" os pagamentos de capital dos títulos adquiridos no âmbito do programa de compra de ativos (asset purchase programme -- APP) que entretanto vençam e vai igualmente reinvestir o capital dos títulos adquiridos com o programa de emergência pandémica (PEPP) até ao final de 2024.

(em atualização)
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