"Momento com desafios". Banco de Portugal antevê recuo do excedente orçamental

por RTP
Pedro Nunes - Reuters (arquivo)

O Banco de Portugal mantém a previsão do crescimento da economia portuguesa em dois por cento este ano, mas prevê a redução do excedente orçamental para um por cento do PIB. As previsões constam do Boletim Económico publicado esta sexta-feira. O governador, Mário Centeno, não esconde que os desafios do atual contexto geopolítico podem ditar o futuro do contexto económico da Zona Euro e de Portugal.

O Banco de Portugal (BdP) manteve a previsão de um crescimento da economia de dois por cento este ano, o mesmo valor previsto em março. Estima ainda a manutenção da taxa de desemprego em 6,6 por cento.

Quanto a projeções orçamentais, o Banco de Portugal estima que o "saldo orçamental deverá deteriorar-se nos próximos anos" e que em 2024 fique em um por cento do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 1,2 por cento do PIB de 2023. Já o excedente orçamental deverá baixar para 0,8 por cento em 2025 e 0,6 por cento em 2026.Na apresentação do Boletim Económico de Junho do Banco de Portugal, Mário Centeno explicou que "esta dinâmica da economia transpõe-se para a generalidade das estimativas do crescimento potencial".

Este "é um momento com desafios", continuou o governador do BdP, considerando também o "contexto geopolítico" que é, atualmente, "caracterizado por uma elevada complexidade".

"Temos conflitos muito próximos do nosso espaço económico e político e temos um processo eleitoral nos Estados Unidos que pode ditar muito daquilo que é o futuro próximo do contexto económico" da Zona Euro e de Portugal.


Sobre a previsão de crescimento da Economia portuguesa, Centeno considerou "positivo", mas não se pode ignorar "este contexto desafiante em que acontece".
Quanto à inflação, o governador do Banco de Portugal refere que "há um processo de convergência (...) muito consistente e coerente com o que se observa na área do euro".

Também sobre o Mercado de Trabalho, Mário Centeno anunciou que "permanecem as boas indicações". "O emprego e os salários estão em máximos, na Economia portuguesa", afirmou.

Contudo, a entidade liderada por Mário Centeno avisa que nestes cálculos não estão medidas com impacto orçamental entretanto tomadas.

"Após o fecho da informação, ocorreu o anúncio e aprovação de várias medidas de política com impacto orçamental relevante e permanente que não estão consideradas", é referido no Boletim.

c/ Lusa
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