No Boletim Económico de dezembro, a instituição liderada por Mário Centeno vê
a economia portuguesa a crescer 2,1% em 2023, projeta um abrandamento em 2024, para 1,2%, e uma recuperação do crescimento nos anos seguintes, para 2,2%, em 2025 e 2,0% em 2026.
Em outubro, apontava para uma taxa de 2,1% este ano, 1,5% em 2024 e 2,1% em 2025.
A recuperação da atividade vai ser gradual ao longo do próximo ano. Vai beneficiar da
aceleração da procura externa, do efeito da descida da inflação no rendimento das famílias e do impulso dos fundos europeus no investimento.
No boletim económico, o supervisor aponta para uma inflação "em níveis relativamente contidos", apontanto para 5,3% este ano, que vai abrandar para 2,9% em 2024 e atingir a meta do Banco Central Europeu, os 2%, a partir de 2025.
Em outubro, o banco central apontava para uma taxa de 5,4% este ano, de 3,6% em 2024 e de 2,1% em 2025.
Mário Centeno exalta a tendência de convergência da economia com a da área euro e a redução do endividamento. "A redução da dívida é uma prioridade", vincou o Governador do Banco de Portugal.
BdP prevê excedente de 1,1% este ano
O Banco de Portugal prevê ainda um excedente orçamental de 1,1% do PIB este ano, acima dos 0,8% esperados pelo Governo, e que o rácio da dívida caia para 101,4%, segundo as previsões hoje divulgados.
"Estima-se que o excedente este ano possa atingir 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 0,8% previstos no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024)", indica o Boletim Económico de dezembro.
A instituição liderada por Mário Centeno assinala, contudo, que apesar deste efeito base positivo, "o cenário macroeconómico menos favorável coloca o saldo previsto para 2024 em 0,1%", próximo dos 0,2% previstos no OE2024, entregue pelo executivo em outubro.
O Banco de Portugal (BdP) prevê ainda um rácio da dívida pública de 101,4% este ano, de 96,8% em 2024, de 92,3% em 2025 e de 87,9% em 2026.
Salários nos níveis mais elevados "alguma vez" pagos
"Os salários em Portugal hoje também estão nos níveis mais elevados que alguma vez foram pagos", afirmou Mário Centeno.
O responsável do banco central português destacou que à imagem do que acontece na Europa e nas maiores economias mundiais, o mercado de trabalho em Portugal tem-se mostrado resistente.
"O emprego em Portugal está nos níveis mais elevados registados no país", disse, isto apesar o processo inflacionista.
O Banco de Portugal prevê, no Boletim Económico, que o mercado continue a apresentar uma situação favorável, apesar da quase estabilização do emprego e espera "um aumento dos salários reais".
O banco central projeta uma taxa de desemprego de 6,5% este ano, de 7,1% em 2024 e de 7,3% em 2025.
Mário Centeno faz o que chama de "previsão exigente", em que não há um cenário recessivo, mas sim uma desaceleração de alguns dos principais indicadores no que toca ao emprego.
c/ Lusa