Banco central russo mantém pela 3.ª vez consecutiva as taxas diretoras em 21%
O Banco Central da Rússia (BCR) manteve hoje pela terceira reunião consecutiva as taxas diretoras em 21%, nível fixado no final de outubro de 2024 e mantido, contra todas as probabilidades, em dezembro e fevereiro, apesar da persistente inflação elevada.
"A atual pressão inflacionista abrandou, mas continua elevada. O aumento da procura interna continua como antes, à frente das possibilidades de expansão da oferta de bens e serviços", explica o regulador russo.
De acordo com o BCR, "o crescimento das atividades de crédito permanece contido e a atividade de poupança da população é elevada".
O banco central russo considera que as taxas de juro atuais "criam as condições necessárias para o regresso ao objetivo de inflação de 4% em 2026".
O banco central diz que, "para atingir o objetivo de inflação, será necessário um período prolongado de medidas severas de crédito na economia", e refere que vai continuar a analisar a dinâmica da inflação e as expectativas inflacionistas.
"Se a dinâmica de desinflação não garantir o cumprimento dos objetivos, o BCR considerará uma subida da taxa de juro", avisa.
A atitude cautelosa do regulador, que decidiu pela terceira vez consecutiva não subir as taxas, deve-se à disputa entre banqueiros e empresários russos sobre os riscos que esta medida poderia gerar para a economia nacional.
O Presidente do país, Vladimir Putin, que apoia a gestão da presidente do BCR, Elvira Nabiulina, instou o regulador a não confiar tanto nas subidas das taxas e a implementar outras medidas económicas para inverter a elevada inflação.
O BCR, que aumentou as taxas para 21% em outubro de 2024, já as tinha subido em julho e setembro daquele ano, primeiro de 16% para 18% e depois para 19%.
Estes aumentos não impediram que a moeda nacional, o rublo, se depreciasse e atingisse os níveis fixados no início da guerra na Ucrânia (fevereiro de 2022).
A próxima reunião do conselho de administração do BCR realiza-se em 25 de abril.