O Banco Central Europeu (BCE) deverá subir as taxas de juro na sua reunião desta quinta-feira, pela primeira vez em 11 anos, tendo surgido rumores nos últimos dias sobre a possibilidade de um aumento inicial mais agressivo.
"O Banco Central Europeu está muito atrasado na normalização da sua política monetária e não pode esperar mais para aumentar as taxas de juro. Christine Lagarde a sua presidente, deve, portanto adotar um tom agressivo e agir finalmente com uma subida inicial de 50 pontos base, contrariando os 25 pontos base antecipados pelos mercados", refere Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, numa nota enviada à Lusa.
"A queda do euro face ao dólar - que aumenta o preço das matérias-primas - é mais um argumento para o BCE demonstrar a sua determinação", acrescenta.
Nos últimos dois anos, o banco central optou por uma política monetária acomodatícia, com taxas de juro muito baixas e elevadas compras de ativos, para ajudar a economia a ultrapassar a crise causada pela pandemia de covid-19.
Desde há alguns meses, o BCE começou a preparar o terreno para pôr fim à era do dinheiro barato, tendo começado por reduzir as compras líquidas de dívida, que terminaram este mês.
A instituição liderada por Christine Lagarde junta-se assim a outros bancos centrais, como a Reserva Federal norte-americana, que têm estado mais ativos na luta para conter a subida de preços.