Banco Central Europeu aplica novo corte de 0,25 pontos à taxa diretora
O Banco Central Europeu decidiu esta quinta-feira proceder a um novo corte na sua taxa de referência, em 0,25 pontos percentuais, de 2,5 para 2,25 por cento.
“Em particular, a decisão de baixar a taxa da facilidade permanente de depósito - a taxa através da qual orientamos a política monetária - baseia-se na nossa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força de transmissão da política monetária”, explicou. Lagarde adiantou que o processo de desinflação está bem encaminhado.
“A inflação continuou a evoluir de acordo com as expectativas dos especialistas, tendo a inflação global e a inflação subjacente diminuído em março. A inflação dos serviços também diminuiu acentuadamente nos últimos meses”, declarou.
Segundo a responsável, a maioria dos indicadores de inflação subjacente sugere que a inflação se fixará de forma sustentada em torno do objetivo de médio prazo de dois por cento.
“O crescimento dos salários está a moderar-se e os lucros estão a amortecer parcialmente o impacto do crescimento ainda elevado dos salários sobre a inflação. A economia da Zona Euro tem vindo a ganhar alguma resistência aos choques globais, mas as perspetivas de crescimento deterioraram-se devido ao aumento das tensões comerciais”, afirmou, referindo-se à instabilidade provocada pelas taxas dos Estados Unidos a dezenas de países, entretanto suspensas.
Lagarde alertou que é provável “que o aumento da incerteza reduza a confiança das famílias e das empresas e que a reação adversa e volátil do mercado às tensões comerciais tenha um impacto restritivo nas condições de financiamento”. “Estes fatores poderão pesar ainda mais sobre as perspetivas económicas da zona euro”, que estão "ensombradas por uma incerteza excecional", referiu.
"Os exportadores da área do euro enfrentam novas barreiras ao comércio, embora o seu âmbito permaneça pouco claro. As perturbações no comércio internacional, as tensões nos mercados financeiros e a incerteza geopolítica estão a afetar o investimento das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais cautelosos em relação ao futuro, podem também conter as suas despesas", explicou.
“Em particular, as nossas decisões em matéria de taxas de juro basear-se-ão na nossa avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros que nos chegam, da dinâmica da inflação subjacente e da força de transmissão da política monetária. Não nos comprometemos previamente com uma determinada trajetória para as taxas”.