O Banco Central do Brasil aumentou na quarta-feira as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais para 10,75% ao ano, o primeiro aumento desde agosto de 2022, após um longo ciclo de curtos cortes.
Em comunicado, a instituição disse que alguns parâmetros inflacionários estão acima da meta, enquanto que a atividade económica está mais dinâmica do que o esperado.
Quanto ao cenário internacional, o Banco Central disse que "permanece desafiante, em função do momento de inflexão do ciclo económico nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação
A subida da taxa representa uma viragem na política monetária do Banco Central, depois de duas reuniões consecutivas em que tinha decidido manter a taxa inalterada em 10,50%.
Antes disso, a instituição tinha baixado a taxa sete vezes seguidas, depois de chegar a atingir 13,75%.
O aumento da taxa pelo banco central é também o primeiro no Governo do Presidente brasileiro, Lula da Silva, que tem criticado o elevado nível da taxa.
No final de agosto, o chefe de Estado nomeou hoje ex-vice-ministro das Finanças Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central, após meses de críticas à atual administração relativamente às elevadas taxas de juro.
Depois de o Banco Central ter decidido, em junho, não baixar a taxa de juro, Lula da Silva atacou o diretor da instituição monetária, Roberto Campos Neto, que acusou de ser um "adversário político e ideológico" e disse que "está chegando o momento de trocar" de líder do banco.
Campos Neto termina em dezembro o mandato e será substituído por Gabriel Galípolo, que votou nesta quarta-feira a favor do aumento junto com todos os outros membros do Comité de Política Monetária.