Autoridades europeias negam planos para acelerar recapitalização do BCP e do ESFG

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Lisboa, 23 set (Lusa) - A União Europeia disse hoje não haver planos para acelerar a recapitalização dos bancos europeus, nomeadamente no BCP e ESFG, para além do que foi previamente assinalado em julho, quando saíram os resultados dos testes de `stress` à banca europeia.

A porta-voz do European Banking Authority (EBA), Franca Congiu, disse à Bloomberg que "o prazo para os bancos se recapitalizarem não mudou, continua a ser abril de 2012". O responsável reagia a uma notícia de quinta-feira do jornal britânico Financial Times que dizia que as autoridades europeias estariam a tentar acelerar os planos de recapitalização de 16 bancos europeus dos quais, para além de dois portugueses (BCP e ESFG - Espírito Santo Financial Group), constam sete espanhóis, dois alemães, dois gregos, um italiano, um cipriota e um esloveno.

Em declarações à Lusa, o Millennium bcp, através do seu porta-voz, disse que "vai cumprir o rácio de solvabilidade que é pedido pelas autoridades bancárias europeias", enquanto que fonte do ESFG frisou a instituição financeira em causa "não é um banco", acrescentando que Banco Espírito Santo (BES) alcançou nos testes de `stress` um resultado de 7 por cento de `core tier 1`, "o melhor dos bancos portugueses e um dos melhores na Península Ibérica".

A 15 de julho, a EBA lançou uma recomendação aos 16 bancos europeus que, "devido à sua exposição às dívidas soberanas", teria de tomar "medidas específicas para reforçar os seus capitais próprios".

A autoridade bancária europeia dizia, em julho, que, nas medidas a tomar seria necessária a "restrição nos dividendos, desalavancagem, reforço de capital ou conversão de instrumentos de menor qualidade para o `core tier 1`" até final de 2011.

A EBA acrescentava que iria "monitorizar a implementação destas recomendações a produzir relatórios de progresso em fevereiro e julho de 2012".

Em declarações à Bloomberg, a porta-voz do comissário europeu para os Serviços Financeiros, Chantal Hughes, disse que os 16 bancos "foram considerados frágeis" e a sua recapitalização "deve ser reforçada".

A porta-voz de Michel Barnier acrescentou que a Comissão Europeia é a favor de uma recapitalização por "meios privados", mas não exclui a necessidade de auxílios estatais.

As instituições financeiras em causa, para além do BCP e ESFG, são os HSH Nordbank e Norddeutsche Landesbank (Alemanha), Banco Popular Espanol, Bankinter, Caixa Galicia, BFA-Bankia, Banco Cívica, Caixa Ontinyent, Banco De Sabadell (Espanha), Piraeus Bank and Hellenic Postbank (Grécia), Banco Popolare (Itália), Nova Ljubljanska Banka (Eslovénia) e Marfin Popular Bank (Chipre).

AJG.

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