A lista Bloomberg Billionaires das 500 pessoas mais ricas vivas tem mais três nomes associados, todos da família Cargill.
São os irmãos James Cargill, Austen Cargill e Marianne Liebmann, bisnetos de William Wallace Cargill, que fundou a empresa alimentar Cargill em 1865.
Cada um deles tem uma fortuna estimada em 5,4 mil milhões de dólares e subiu um quinto, até agora, este ano.
A guerra interrompeu a produção e circulação de cereais da região do Mar Negro, onde a Ucrânia era uma dos países que mais exportava trigo. O salto nos preços globais dos alimentos desencadeado pela invasão da Ucrânia pela Rússia deu um empurrão à já rica família norte-americana.
Sucursal da empresa Cargill no Canadá| Twitter
Pauline Keinath e Gwendolyn Sontheim Meyer, outros dois bisnetos de Cargill já são residentes na lista dos 500 mais ricos, com fortunas estimadas em 8,06 mil milhões de dólares.
A empresa de alimentos Cargill emprega mais de 155.000 funcionários em 70 países e deve registrar lucros recordes este ano, ultrapassando os verificados em 2021 de 5 mil milhões de dólares.
A Cargill, que tem sede no Minnesota e registrou um aumento de 63% nos lucros no ano passado, que correspondem a 4,93 mil milhões de dólares. Nos 157 anos de história da multinacional este é o maior crescimento de receitas: 17%, que correspondem a 134 mil milhões de dólares.
A família controla cerca de 87% da empresa e é classificada como a 11ª família mais rica do mundo, com uma fortuna coletiva avaliada em 50 mil milhões de dólares.
"Salto gigantesco" dos preços
A ONU afirmou que a guerra na Ucrânia "espalhou um choque nos mercados de grãos básicos e óleos vegetais". Os preços dos cereais, óleos vegetais e carne atingiram recordes históricos, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que alertou para a
subida do índice de preços de alimentos em 12,6% comparando março a fevereiro.
Os cereais contribuíram com 17 por cento neste acréscimo global devido ao estrangulamento das exportações ucranianas e russas.
Em março, os preços mundiais do trigo subiram 19,7% , e o preço do milho registou um aumento mensal de 19,1%, atingindo um recorde, juntamente com os da cevada e do sorgo. A FAO diz que estes valores deram "um salto gigantesco" e atingiram "o nível mais alto desde que a organização foi constituída em 1990".
A tendência da subida dos preços dos alimentos já estava em curso antes da invasão da Ucrânia por Vladimir Putin em fevereiro e de acordo com o presidente-executivo da Cargill, David MacLennan, estimam-se que os valores continuem altos ao longo de 2022.