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"Aumento dos salários explica uma parte significativa do aumento do preço do cabaz alimentar", APED

por Antena 1

O Diretor Geral da APED - Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, não tem dúvidas de que um dos fatores que influenciou o aumento dos preços do cabaz alimentar foi o aumento dos salários não só no retalho, mas em toda a cadeia de valor.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Gonçalo Lobo Xavier refere que "o aumento dos salários explica uma parte significativa do aumento do preço do cabaz alimentar" e mais não foi porque o retalho segurou as margens de lucro. Margens de 2 e 3 por cento que deverão continuar no mesmo nível em 2025. Para além do impacto do aumento dos salários, Gonçalo Lobo Xavier aponta ainda como causa do aumento do cabaz alimentar o aumento do preço de matérias-primas e as medidas para cumprir o caminho da sustentabilidade que obrigam a avultados investimentos.

O Diretor Geral da APED acredita que a instabilidade dos mercados não permite dizer que os aumentos ficam por aqui no que toca ao cabaz alimentar. A bica vai mesmo ficar mais cara, é inevitável, avisa. Em termos gerais vai haver um aumento dos preços, mas Gonçalo Lobo Xavier diz que espera "que sejam subidas mais suaves" do que as registadas em anos anteriores. Em sentido inverso, produtos como o azeite poderão ainda baixar mais, na ordem dos 15 por cento, prevê. O Diretor Geral da APED confirma que haverá nova reunião da PARCA (Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar) e que a APED espera que seja discutida a questão do novo processo regulatório em curso (nomeadamente o regulamento anti reflorestação) que obriga a investimentos e consequentemente a repercutir esse valor no preço ao consumidor.

Apesar do impacto dos salários nos preços, a APED vai e está a negociar aumentos para 2025 com todos os sindicatos. Gonçalo Lobo Xavier acredita que será possível fazer aumentos de salários idênticos ao ano passado na ordem dos 4,5 por cento, ou seja, abaixo do previsto na concertação social. Não tem receio da contestação e acrescenta mesmo que as greves do ano passado tiveram um "impacto zero" no sector. Gonçalo Lobo Xavier gostava que o Estado cumprisse também a sua parte, nomeadamente com a redução dos impostos e a harmonização do IVA. Apesar das grandes empresas ainda não terem apresentado os resultados de 2024, o Diretor Geral da APED antecipa um ano de crescimento para o sector, nomeadamente para as empresas de eletrónica, desporto e mobiliário, exceto na área da moda "onde tem sido um ano mais complicado". Entrevista ao programa Conversa Capital conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Diana do Mar, do Jornal de Negócios.
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