Associação das Pescas Industriais elogia avanços no bacalhau mas condena decisão sobre carapau

por RTP

Foto: Anadolu via AFP

A Associação dos Armadores das Pescas Industriais considera uma "muito boa notícia" o regresso à pesca portuguesa do bacalhau no Canadá, mas condena a decisão de reduzir em 66 por cento a quota do carapau.

“Nós já estávamos no Canadá (…), mas das duas zonas onde Portugal tinha quotas havia uma que estava encerrada desde 1992 e que agora reabre, com um valor ainda muito pequenino: 260 toneladas, mais ou menos, mas com um potencial de crescimento”, explicou em entrevista à RTP3 Luís Vicente, da ADAPI.

“No passado, esta zona chegou a ter a possibilidade de captura de centenas de milhares de toneladas ao ano e, portanto, se voltar a ser uma fração do que já foi no passado, seria importantíssimo”, considerou.

O acordo alcançado para as pescas prevê, além do regresso da pesca de bacalhau no Canadá, que Portugal possa pescar mais de 18 mil toneladas de peixe em 2025.Concretamente, Portugal poderá pescar "mais 561 toneladas" de peixe em 2025, elevando a quota total para 18.419 toneladas, o que equivale a "um acréscimo monetário de 2,8 milhões de euros", explicou esta quarta-feira a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar.


Para Luís Vicente, “há coisas positivas e negativas” neste acordo. “Não posso deixar de notar que há uma redução agregada muito grande, de 87 mil toneladas. Porque a quota de carapau de Portugal, que estava nas 123 mil toneladas, leva um corte de 66 por cento”, frisou.

“Isso é um fator muito negativo”, disse, lembrando que “isto acontece no contexto de subidas consecutivas da quota desde 2018 acima do que era necessário, apesar de os pescadores e cientistas terem proposto repetidamente à Comissão Europeia a adoção de um plano de gestão”.

“Agora somos penalizados com uma redução de 66 por cento sem razão de ser, porque a biomassa do carapau está bem, o recrutamento do carapau está bem”, acrescentou.
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