Artumas "activamente" à procura de subcontratar exploração petrolífera
Maputo, 23 Jan (Lusa) - A empresa petrolífera canadiana Artumas anunciou que está "activamente" a tentar subcontratar a terceiros os seus activos de exploração de petróleo em Moçambique, entre outros activos, devido a dificuldades financeiras.
A petrolífera previa concluir negociações para a operação de "farm out" (subcontratação) até ao final de 2008, mas "as recentes condições de mercado turbulentas e a contracção da liquidez global obrigaram a uma extensão deste prazo, para avaliar todas as oportunidades", refere a empresa num relatório publicado quarta-feira.
As negociações com um dos interessados estiveram "avançadas" em Dezembro, mas as duas partes não chegaram a acordo.
"A interpretação de dados sísmicos de excelente qualidade nos activos de Moçambique avançou significativamente desde o Outono, assegurando melhores condições de comercialização do potencial de exploração dos blocos on-shore e off-shore do Rovuma", província de Cabo Delgado.
Além de Moçambique, a empresa está também a tentar subcontratar activos na Tanzânia, no âmbito de uma estratégia de "agressivo corte de custos", que passa inclusivamente por despedimentos na sede (Calgary, Canadá).
"Uma subcontratação bem sucedida dos activos da empresa irá gerar capacidade financeira adicional a aplicar nas planeadas actividades de exploração e desenvolvimento entre 2009 e 2010", refere.
Com efeito em Janeiro, a Artumas transferiu o estatuto de operador de "onshore" para a parceira Anadarko, que já o era do bloco "offhore".
Esta medida, refere, "deverá gerar eficiências operacionais através de economias de escala", e permitir à Anadarko "ter acesso a eficiências de pessoal, contratação e logística que por sua vez vão impulsionar os esforços de contenção da Artumas", que passam também pelo encerramento do escritório em Moçambique, no primeiro trimestre deste ano.
No relatório desta semana, a Artumas adianta que no onshore do Rovuma, os trabalhos de pesquisa feitos até ao momento revelaram indícios positivos de petróleo, segundo análises "premilinares".
No segundo trimestre deverão ser seleccionados pontos de perfuração, depois de identificadas áreas de interesse "numerosas e de grande dimensão" a explorar este ano.
Quanto ao offshore, os dados ainda estão a ser interpretados, mas já foram identificadas mais de 150 "estruturas" geológicas potenciais.
A Artumas previa investir perto de 170 milhões de dólares (132 milhões de euros, ao câmbio actual) na exploração de petróleo em Moçambique e na de gás na Tanzânia.
O investimento seria suportado por uma emissão particular de acções e de obrigações convertíveis no mercado de capitais da Noruega.
Um estudo de campo de 2007 na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, apontava para a existência de potencial de petróleo em quantidades passíveis de exploração comercial.
A pesquisa, encomendada pela Artumas e realizada pela norte-americana Rose & Associates, conclui que em quatro perfurações naquele campo pode ser extraído petróleo em rama em "quantidade comercial e não comercial" (sem especificar a proporção de cada uma delas).
O Governo de Moçambique lançou em Julho de 2005 um concurso para a exploração de diversos blocos "offshore" na zona conhecida como bacia do Rovuma, nome do rio que separa Moçambique da Tanzânia.
As empresas canadiana Artumas Group, a norte-americana Anadarko Petroleum, a malaia Petronas e a italiana ENI são algumas das que estão activas naquela bacia
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