APRITEL. Operadoras de comunicações devem ser prioritárias em caso de catástrofes, como incêndios

por Antena 1

A existência de três redes de telecomunicações deu mais segurança na resposta das comunicações durante os incêndios, mas ainda assim é preciso que as operadoras sejam consideradas prioritárias no restabelecimento da energia.

Pedro Mota Soares, Presidente da APRITEL, a associação que representa as operadoras de telecomunicações, considera que era importante, em situações de catástrofe como a que ocorreu nos últimos dias com os incêndios, em que há cortes de eletricidade, que as empresas de telecomunicações fossem consideradas como prioritárias no reabastecimento de energia, permitindo assim que pudessem voltar a operar rapidamente.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Pedro Mota Soares considera que as operadoras conseguiram responder às necessidades do momento que se viveu, porque na maioria dos concelhos existem três redes, situação vista por alguns como uma redundância, mas que na prática dá e deu mais segurança e resiliência.
Nesta entrevista à Antena1, apoiando-se nas conclusões do relatório de Mario Draghi, e sem querer referir-se em concreto à entrada de um novo operador em Portugal, a romena Digi, Pedro Mota Soares deixa ficar um alerta: a fragmentação do mercado pode pôr em causa a rentabilidade das operadoras e com isso o investimento numa área que será fundamental no futuro.
Ainda assim mais concorrência não significa uma redução dos preços. Pedro Mota Soares remete a questão dos preços para os operadores, mas esclarece que, ao contrário do que o regulador tem vindo a dizer, em Portugal a tendência tem sido para consumir mais pagando menos.
Sobre o regulador, pede para que haja mais capacidade de diálogo e que a questão da sustentabilidade do setor seja encarada e debatida com todos.
Relativamente à exclusão da Huawei das redes de 5G, Pedro Mota Soares espera que o Estado assuma a sua parte de responsabilidade no esforço adicional de investimento e que haja uma abordagem equilibrada.
Não se pronuncia em concreto sobre o impacto de um chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas adianta que é sempre preferível que seja aprovado para garantir a estabilidade de investimento.
Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena 1, e Sara Ribeiro, do Jornal de Negócios, que pode ouvir aqui.
PUB