O Banco Central Europeu manteve esta quinta-feira a decisão de aumentar a taxa diretora em 50 pontos base, apesar dos receios suscitados pelo dossier do Credit Suisse. O segundo maior banco helvético vai receber um empréstimo de 50 mil milhões de francos suíços do Banco Nacional.
O BCE promete monitorizar as tensões nos mercados e diz-se pronto a atuar no sistema financeiro, caso tal se revele necessário. Contudo, garante que os bancos da Zona Euro se mantêm resistentes e que dispõem de capital e liquidez sólidas.A principal taxa de juro de refinanciamento passa agora para os 3,50 por cento, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez cifra-se nos 3,75 por cento e a taxa de juro aplicada a depósitos sobe para três por cento.
"O Conselho do BCE está a acompanhar de perto as tensões no mercado e está preparado para responder conforme necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro", vinca o BCE.
"O setor da banca da Zona Euro é resiliente, apresentando posições de capital e liquidez fortes. Ainda assim, o conjunto de instrumentos de política monetária do BCE permite inteiramente proporcionar, se necessário, apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da área do euro e preservar a transmissão regular de política monetária", acrescenta.
We raised interest rates by 0.5 percentage points.
— European Central Bank (@ecb) March 16, 2023
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Quanto à escalada dos preços, a instituição liderada por Christine Lagarde sublinha que esta permancerá elevada durante um longo período.
A banca está a atravessar uma fase de turbulência. Ao colapso do norte-americano Silicon Valley Bank, nos últimos dias, seguiu-se o mergulho em bolsa do Credit Suisse.
Apoios a famílias e empresas na mira do BCE
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária desta quinta-feira, a presidente do Banco Central Europeu renovou o apelo aos governos dos países da moeda única para que comecem "rapidamente" a cortar nos apoios orçamentais a famílias e empresas, como forma de conter a inflação.
Nas palavras de Christine Lagarde, "é importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada", quando "os preços da energia baixam", de modo a conter "as pressões inflacionistas a médio prazo". A antiga governante francesa insistiu ainda na garantia de que o BCE "está pronto a agir, se for necessário" para "preservar a estabilidade financeira".
c/ agências