A proposta do Governo que tem como objetivo encurtar a carreira de técnico superior para que mais trabalhadores possam atingir o topo deverá entrar em vigor em janeiro de 2025, disse hoje o líder da Fesap, José Abraão.
O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, falava aos jornalistas à saída de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, sobre a valorização da carreira de técnico superior.
José Abraão disse que a proposta do Governo prevê uma redução das atuais 14 posições remuneratórias para 11, resultando em "saltos" salariais para os técnicos superiores entre os vários níveis remuneratórios.
"Percebemos que há condições para que mais trabalhadores possam chegar ao topo da carreira", disse o líder da Fesap, acrescentando que na próxima reunião, agendada para sexta-feira, o objetivo é melhorar a proposta do Governo para que esta "não crie injustiças".
Segundo referiu, ao fim de 40 anos de trabalho, "quem tiver alguns excelentes e muito bons" na avaliação de desempenho poderá atingir o topo da carreira.
Atualmente, acrescentou, apenas 5% dos técnicos superiores conseguem chegar ao nível remuneratório 12, ou seja, perto do topo da carreira.
A carreira de técnico superior da administração pública tem, atualmente, 14 posições remuneratórias, que começam no nível 12 da tabela remuneratória (a que corresponde um salário base de 1.122,84 euros) e vai até ao nível 58 (a que corresponde um vencimento de 3.561,11 euros).
No entanto, o salário de entrada para um técnico superior é, na maioria dos casos, na segunda posição (1.333,35 euros brutos).
O número de técnicos superiores na administração pública é de cerca de 70 mil, segundo dados oficiais.