A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) considerou hoje "forte e dinâmica" a presença de empresas portuguesas em Moçambique, apontando uma margem de incremento em novas áreas de negócio.
"A relação [com Moçambique] é necessariamente sempre ativa e dinâmica, na medida em que temos aqui uma grande comunidade e grande parte da comunidade são empresários", disse à Lusa Alexandra Ferreira Leite, delegada da AICEP e conselheira económica e comercial da embaixada de Portugal em Maputo.
Leite falava sobre a participação das empresas portuguesas na 59.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), a maior exposição de bens e serviços de Moçambique, que está a decorrer na capital moçambicana até 01 de setembro.
"Somos uma presença empresarial forte e importante no mercado. Historicamente, estamos entre os dez maiores exportadores" para Moçambique, afirmou.
As empresas portuguesas, prosseguiu, estão na construção civil e obras públicas, energia, indústria, banca, distribuição e serviços e fomentam emprego e formação de mão-de-obra moçambicana.
Moçambique é um importante destino do investimento português e dispõe de potencial para o incremento da cooperação económica e empresarial, sendo o domínio das energias renováveis uma das áreas com futuro, acrescentou Alexandra Ferreira Leite.
Apesar da forte penetração do empresariado português em Moçambique, a participação de expositores na FACIM tem decrescido, reconheceu a delegada da AICEP.
"Nós já não temos o maior pavilhão na feira há uns anos, embora tenhamos sempre uma representatividade destacada (...). Este ano a presença portuguesa é feita por expositores que estão individualmente presentes em vários pavilhões", avançou Alexandra Ferreira Leite.
Nesse sentido, a AICEP optou por um modelo de exposição institucional, com aquela entidade a ocupar um `stand` num pavilhão partilhado por expositores de outros países.
"Optamos por ter uma presença institucional, já que o modelo tradicional do potencial exportador e do potencial investidor, que se desloca para estar num `stand`, tem decrescido", declarou a delegada da AICEP.
A participação portuguesa na FACIM nos últimos anos tem sido preenchida por empresas que já estão no mercado moçambicano e que aproveitam o evento para a ampliação da sua atividade, acrescentou.
A abertura oficial da FACIM aconteceu na segunda-feira, contando com a presença de 26 países e 3.300 expositores, incluindo 2.300 empresas moçambicanas e 750 estrangeiras, de acordo com dados do Ministério da Indústria e Comércio, promotor da exposição.
São esperados nesta edição da FACIM cerca de 65 mil visitantes.
Além da exposição, o evento vai ainda contar com seminários temáticos e fóruns de negócios, para a apresentação de oportunidades em diversos setores económicos, segundo o Ministério da Indústria e Comércio.
A edição deste ano vai decorrer sob o lema: "Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional".