Aeroporto único é melhor para "funcionamento e gestão", mas decisão ainda não está tomada

por RTP

Em entrevista à RTP, Maria do Rosário Partidário, coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente (CTI), considerou que a solução de um só aeroporto é a mais favorável no longo prazo de forma a evitar a separação de recursos e dificuldades de gestão. Mas as hipóteses que contemplam duas diferentes localizações mantêm-se em cima da mesa, sublinhou.

"Do ponto de vista de eficiência da gestão aeroportuária é mais favorável a ser um aeroporto, porque com dois há uma divisão, uma separação dos recursos, e há uma maior dificuldade de gestão, nomeadamente ao nível das ligações, quer das companhias quer dos passageiros", resumiu.

Entrevistada no 360 da RTP3 no dia em que a comissão técnica apresentou uma lista de nove opções possíveis para o futuro aeroporto de Lisboa, a responsável afirmou esperar que seja possível fazer apenas uma recomendação estratégica (com um ou mais aeroportos) no final dos trabalhos.

"Achamos que do ponto de vista de funcionamento e gestão do aeroporto, é melhor se ele for único. Mas temos outras condições e outras circunstâncias para ter em conta. Portanto, neste momento ainda não está decidido se favorecemos mais a solução de aeroporto único", vincou.

"Estamos muito inclinados para ser uma solução que tenha flexibilidade e que tenha capacidade de expansão a longo prazo. E que constitua um tipo de cidade aeroportuária, uma cidade não residencial, mas uma cidade do ponto de vista industrial”, assumiu ainda.
Lista mais longa do que esperado
Maria do Rosário Partidário reconhece que o Governo tem demorado a disponibilizar as verbas de que a comissão necessita para fazer os estudos e que isso mesmo levou a que a "short list" contasse com mais opções do que o desejado.

"Temos um conjunto um bocadinho mais alargado do que aquele que gostaríamos de ter", assume.

Tendo em conta este atraso, a responsável admite que esta demora poderá comprometer os trabalhos da comissão, que deverá apresentar um resultado concreto até ao fim de 2023.

"Estamos no final de abril. Se nós chegarmos a junho ou a julho e não tivermos estudos, vai ser difícil fazer a avaliação, não é?", alertou.

A responsável reconheceu, no entanto, que a comissão irá dar prioridade a soluções mais flexíveis.
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