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Aeroporto em Alcochete. "Era preciso decidir, o Governo decidiu: vamos avançar"

por RTP

O ministro das Infraestruturas garantia ontem à noite que a decisão de avançar com um novo aeroporto em Alcochete não foi tomada de modo unilateral. "Nós já andamos é há anos demais a decidir, e já chega. Se o país está sistematicamente a discutir localizações do aeroporto... Já chega. Não havia nenhuma decisão, nenhuma escolha, nenhuma solução que não fosse ser alvo de críticas. O que era preciso era decidir, o Governo decidiu: vamos avançar", declarou Pedro Nuno Santos em entrevista ao Telejornal da RTP.

"Não podemos continuar mais anos a perder milhares de milhões de euros de receitas num país que é pobre, e ao mesmo tempo nós precisamos de conjugar com essa solução de curto prazo uma solução que dê estabilidade ao país", justificou.

Sobre a alteração da lei para que não possa haver veto de nenhuma autarquia, o ministro defendeu que "a lei tem de ser alterada" pois "não podemos ter uma infraestrutura de importância nacional dependente do veto de um único presidente de Câmara".

Pedro Nuno Santos esclareceu também que não haverá uma "Portela mais dois", pois "não vamos ter aeroporto Humberto Delgado mais Montijo mais Alcochete".

"Alcochete oferece ao país uma solução estrutural e de longo prazo, permite às próximas gerações não terem de andar outra vez a passar pelo que nós estamos a passar hoje, que é um grande debate para escolher o sítio. Alcochete tem espaço para crescer", explicou.

O governante alertou, porém, que Alcochete vai sempre demorar entre dez a 13 anos a ser construído e que o Montijo "nos dá uma solução mais rápida, de curto prazo".
"Quem paga é a ANA"
Quanto ao custo desta solução, Pedro Nuno Santos garantiu que "quem paga o aeroporto é a ANA, não é o Estado".

"A ANA vai avançar o quanto antes para o Montijo - nós ainda vamos ter de fazer uma avaliação ambiental estratégica, que demora um ano -, e ao mesmo tempo que o Montijo avança nós vamos trabalhar com a ANA para definir os fatores de capacidade temporais" que determinarão a passagem para Alcochete, explicou.

"Acho que chegámos a uma solução ótima, aquela que permite dar uma resposta de curto prazo ao país e aumentar a capacidade aeroportuária rapidamente, começarmos a receber mais passageiros rapidamente, ao mesmo tempo começamos também a trabalhar já numa solução que tem futuro, uma solução de longo prazo".

Questionado sobre a possibilidade de uma terceira ponte no Tejo para dar apoio ao aeroporto em Alcochete, o ministro pediu "calma", considerando que se trata de uma infraestrutura necessária, mas não para já.
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