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"Adesão total". Trabalhadores da Global Media em greve por salários e contra despedimentos

por RTP
Miguel A. Lopes - Lusa

Os trabalhadores da TSF, JN, DN e O Jogo concentraram-se esta quarta-feira junto ao Parlamento, no dia em que cumprem uma greve devido aos salários em atraso e à ameaça de despedimento coletivo. Segundo os delegados sindicais, até ao momento a adesão é total.

Os trabalhadores do Global Media Group (GMG) estão em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.

Os sites da TSF, JN, Diário de Notícias e O Jogo estão paralisados, desde as 0h00, sem a publicação de qualquer notícia. A rádio TSF não está a emitir noticiários.

O representante dos trabalhadores da TSF, Filipe Santa Bárbara, afirmou que “até ao momento a adesão é total”. “São números preliminares porque há turnos, mas na redação até ao momento há total paralisação”, afirmou.

Além deste dia de greve, os trabalhadores dos órgãos de informação do grupo Global Media também realizam, esta quarta-feira, concentrações de protesto em Lisboa e no Porto.

Em Lisboa, reuniram-se em frente à Assembleia da República, no dia em que o ministro da Cultura, que tutela o sector da comunicação social, foi ouvido pelos deputados precisamente sobre as dificuldades financeiras que atingem estes órgãos de informação.

À tarde, o protesto acontece junto à sede da Global Media.
No Porto, os trabalhadores concentraram-se junto à atual sede do Jornal de Notícias. Da parte da tarde, vão estar junto à histórica sede do JN, onde se deverão também juntar jornalistas de todo o país, para "demonstrar a importância do jornalismo na sociedade".

Os trabalhadores em protesto seguem depois para junto do edifício da Câmara Municipal do Porto.

Maria Augusta Casaca, jornalista e delegada sindical da TSF, admitiu ser provável que após terminado este prazo de adesão às rescisões voluntárias, os trabalhadores comecem a receber cartas de despedimento. Ouvida pela RTP, a jornalista da TSF apelou a que todos os jornalistas do país parem entre as 14h00 e as 15h00 em sinal de solidariedade.

“Isto não é uma luta só na Global Media. É uma luta de todos os jornalistas nesta altura. Uma luta pela democracia, pela pluralidade, pela informação e pelo jornalismo livre”, afirmou.

Ministro da Cultura perplexo com a situação
Ouvido durante a manhã numa audição parlamentar sobre a Global Media, o ministro da Cultura revelou "perplexidade" pelo facto de o novo acionista ter deixado de pagar salários pouco tempo depois de entrar no grupo.

"A obrigação de qualquer empresa é pagar os salários dos seus trabalhadores e tenho muita dificuldade em compreender como é que um novo acionista que entra, a primeira coisa que faz é deixar de pagar salários quando semanas antes tinha anunciado um grande investimento”, disse Pedro Adão e Silva.

O governante mostrou-se também ontra apoios específicos para salvar um determinado grupo de comunicação social, mas defendeu apoios transversais.
Adão e Silva confirmou que o Estado propôs pagar cerca de 2,5 milhões de euros pelas participações da Global Media na agência Lusa.

A 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".

Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.


Na terça-feira, perante os deputados, José Paulo Fafe garantiu que os trabalhadores vão receber salários em atraso na próxima semana.

c/ Lusa
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