O grupo hoteleiro Accor continua a apostar no mercado português, planeando a introdução da marca económica Etap, em 2010, e mostra-se disponível para analisar novas parcerias, depois de finalizada a ligação ao grupo português Amorim.
Num encontro com jornalistas em Lisboa, o director-geral da hotelaria para a Europa do Sul, Médio Oriente e África, Yann Caillère, salientou a abertura do grupo para analisar novas parcerias, depois do fim da ligação com o grupo português Amorim, e propostas de gestão de unidades hoteleiras ou franchising em Portugal.
Yann Caillère explicou os planos de reposicionamento das marcas que o grupo francês está a concretizar nos segmentos de luxo, com o Sofitel Luxury Hotels, e gama alta, com o reaparecimento da Pullman.
Em Portugal, a Accor tem um hotel Sofitel, em Lisboa, e para já, não pretende investir mais nesta marca, mas admite que, "se surgirem oportunidades", para gestão ou franschising "há disponibilidade" para analisar propostas.
A nova identidade dos hotéis Sofitel, a lançar em Outubro, vai ser acompanhada de uma nova organização operacional, com estes hotéis a passarem a fazer parte de uma operação separada, para "criar uma rede mais consistente.
Aliás, Yann Caillére realçou a disponibilidade do grupo para ouvir todos os interessados em colaborar com a Accor, desde contratação da gestão de hotéis, ao franchising.
Também não afastou a possibilidade de encontrar um novo parceiro para o negócio da hotelaria em Portugal, depois de ter terminado a relação com o grupo Amorim, já este ano.
Igualmente "é possível vender alguns hotéis em Portugal e ficar a Accor somente com a gestão, se houver oportunidade, oferecerem bom preço e manterem a marca", como especificou o director geral da hotelaria na Europa do Sul.
"Queremos reforçar a presença em Portugal, com a consolidação da liderança no segmento económico, e a aposta na média escala", referiu o responsável, que é também membro do Comité Executivo da Accor, reafirmando que o objectivo é mais o negócio na hotelaria MICE (negócios, incentivos e congressos) e menos o lazer.
Quanto aos Etap, mais baratos que os Ibis, Yann Caillére considera que existe mercado em Portugal para estes hotéis, tal como há espaço para os All Season.
Esta marca, para desenvolver através de franchising ou alteração de outras marcas, vai reunir unidades de um nível similar aos Ibis, mas não standardizadas.
Numa primeira fase, no grupo, serão objecto de "rebranding" 14 hotéis já existentes, até Junho do próximo ano, prevendo-se a abertura do primeiro, em França, ainda este mês, seguindo-se Alemanha e Reino Unido em 2008, com o objectivo de ter 10 mil quartos até 2010.
Se for possível, a Accor avança com o All Season também em Portugal, pois o responsável considera que há mercado para isso, devido ao "elevado número de hotéis independentes existentes no país", com 50 a 60 quartos, e não standardizados.
Os planos para o Suit Hotel, que é composto por suites onde é fornecido todo o tipo de serviços habitualmente disponíveis nas áreas públicas dos hotéis, incluem procurar uma oportunidade para trazer para Lisboa esta marca.
Quanto aos Pullman, de gama alta, "para já não deverão ser encontrados em Portugal", acrescentou Yann Caillère.
O grupo francês Accor tem actualmente 3.800 hotéis, com 450.000 quartos em 90 países, sendo líder mundial em unidades económicas e de gama média e um dos principais operadores nos segmentos de gama alta e luxo.
Tem previsto aumentar em 200.000 quartos até 2010.
Em Portugal, a Accor tem 29 unidades, com 2.962 quartos, divididas entre Ibis (18 hotéis), Mercure (seis), Novotel (quatro) e Sofitel (um).
O Novotel e o Mercure ficam na gama média.