A Ryanair vai encerrar a base de Faro em janeiro e pelo menos 100 trabalhadores poderão ser dispensados. A empresa apresenta como argumentos para os cortes o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia, o aumento do preço dos combustíveis e o atraso na entrega dos aviões Boeing 737. Os tripulantes de cabina da companhia área vão estar em greve entre 21 e 25 de agosto.
“Nós não sabemos se vai despedir ou não. Poderá haver um despedimento coletivo, poderá haver a recolocação de tripulantes noutras bases Ryanair. A Ryanair já tinha avisado que iria prescindir de pilotos e tripulantes de cabine”, afirmou Luciana Passo.
Antena 1
A sindicalista considero “estranho o timing de dizer agora, de repente, e vir falar a correr em 24 horas com os tripulantes da base de Faro, a dizer que a base vai encerrar a partir de janeiro de 2020”.
“É uma decisão que a Ryanair com certeza já tomou há mais tempo. Não acredito que tenha tomado da noite para o dia”, acrescentou a presidente do Sindicato de Voo da Aviação Civil. A Ryanair, de origem irlandesa, dispõe de 83 bases na Europa e no norte de África, nomeadamente em Portugal, realizando mais de 2400 voos diários e com uma equipa de 17500 funcionários.
Nos próximos dias a companhia aérea de baixo custo deverá anunciar o encerramento de mais bases na Europa. As bases da Ryanair de Lisboa, Porto e Açores não estão, para já, em causa.
A 1 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine. Mas não vai afetar o corte ou redução de rotas.
A companhia de aviação avançou detalhes em relação a este assunto, depois de o seu presidente executivo, Michael O'Leary, ter exposto os planos de reestruturação num vídeo enviado aos trabalhadores, em que pede "desculpa" pelas "más notícias".
Segunda-feira, Michael O'Leary informou que o lucro da transportadora aérea caiu 21 por cento no primeiro semestre do exercício fiscal, para 243 milhões de euros, face a idêntico período do ano fiscal anterior.
Tripulantes de cabine em greve
Os tripulantes de cabina da Ryanair vão estar em greve entre 21 e 25 de agosto. Exigem o pagamento dos subsídios de férias e de Natal, a não atribuição de 22 dias úteis de férias por ano, o não cumprimento integral da lei da parentalidade portuguesa ou a não integração do quadro de efetivos de todos os tripulantes de cabine com mais de dois anos de serviço sem perda de retribuição ou antiguidade.
A paralisação, que poderá afetar milhares de passageiros, foi convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
O pré-aviso entregue na semana passada contempla uma paralisação entre dos dias 21 e 25 de agosto.
"Já tínhamos dito no pré-aviso que não aceitávamos qualquer tipo de voo com serviços mínimos, porque há muitas alternativas para os países onde a Ryanair opera e não há necessidade. A lista que a Ryanair apresentou era praticamente toda a operação. Não chegamos a nenhum e entendimento será o Ministério (do Trabalho) a decidir unilateralmente", adiantou Luciana Passo, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
Assim, caberá agora ao Governo determinar os serviços mínimos para os quatro dias de greve.
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