O Benfica empatou a zero em Toulouse e apurou-se para os oitavos de final da Liga Europa com uma exibição frouxa e com a ‘estrelinha’ da sorte do seu lado.
De resto, a abordagem do Benfica à partida foi, desde logo, muito temerosa, sem assumir e controlar o jogo, permitindo que o Toulouse, 13.º classificado da Liga francesa, se instalasse no seu meio-campo e começasse a criar lances de envolvimento que levavam perigo à área 'encarnada'.
Aos 19 minutos, Bah ‘deu o corpo às balas’ e evitou que Suazo abrisse o marcador, ao surgir completamente solto junto ao segundo poste, e nem as substituições forçadas feitas pelo treinador do Toulouse, de Diarra e Desler, devido a lesão, quebraram a dinâmica ofensiva dos franceses, muito precipitados na finalização das jogadas.
O Benfica deu sinal de vida apenas aos 24 minutos, quando David Neres conseguiu infiltrar-se até à linha de fundo e assistir para Rafa, cujo remate saiu por cima da barra, mas três minutos depois o Toulouse desperdiçou oportunidade soberana, por Nicolaisen, com uma cabeçada à entrada da pequena área que Trubin sacudiu por instinto.
Só a partir da meia hora de jogo o Benfica conseguiu estabilizar o seu jogo, com controlo da bola, a marcar os ritmos, a subir em bloco e a forçar o Toulouse a defender mais no seu meio-campo, e aos 33 minutos, pela primeira vez, criou um desequilíbrio com uma aceleração de Bah na linha, com Di María a falhar por centímetros o desvio da bola para o fundo das redes.
No melhor período de jogo do Benfica, António Silva teve a oportunidade de inaugurar o marcador, aos 45+1 minutos, a passe de Di María, mas não foi capaz de desfeitear o guarda-redes Restes, que fez a mancha e evitou o golo.
Para a segunda parte, Roger Schmidt decidiu proceder às entradas de Carreras e Arthur Cabral para os lugares de Morato e Tengstedt, alterações que tiveram o condão de piorar a equipa, torná-la mais permeável na defesa perante o maior balanceamento ofensivo do Toulouse, que tinha de arriscar para chegar ao golo e tentar inverter o rumo da eliminatória.
Valeu ao Benfica a falta de eficácia dos jogadores franceses, umas vezes, noutras a ‘estrelinha' da sorte, e noutras ainda o guarda-redes Trubin, e começou logo aos 47 minutos, quando Sierro, com tudo para fazer o golo, rematou à figura do guarda-redes ucraniano.
Aos 52 minutos, foi Otamendi a salvar para canto uma bola para golo, ‘tirando o pão da boca’ a Dallinga, mas a oportunidade mais escandalosa surgiria aos 55, quando o médio neerlandês Spierings cabeceou a rasar o poste, na pequena área, um cruzamento, só com Trubin pela frente.
O golo do Toulouse parecia iminente, perante um Benfica incapaz de segurar o jogo e um treinador incapaz de tomar decisões, e valeu mais uma vez Trubin a defender por instinto um remate do mesmo Spierings, aos 66 minutos.
Percebendo que o golo francês estava iminente, Roger Schimdt trocou David Neres pelo médio norueguês Aursnes, e a verdade é que a equipa conseguiu, pelo menos, ficar mais equilibrada e com maior capacidade para segurar a bola e quebrar o ímpeto dos jogadores gauleses.
No entanto, a equipa teve de sofrer até ao fim porque o Toulouse nunca desistiu e, mesmo no período de compensações, obrigou Trubin a garantir o 'nulo' e a passagem aos oitavos de final da Liga Europa.
Não obstante, o Benfica foi uma equipa temerosa, sem personalidade para controlar e pegar no jogo, excessivamente permeável em algumas fases, uma sombra da equipa que fez grandes exibições na época passada, na Liga dos Campeões.
A colocação de João Mário no duplo 'pivô' a meio-campo, com João Neves, foi falhada, porque nunca conseguiu equilibrar a equipa, compensando a aposta em três jogadores de características ofensivas como Neres, Di María e Rafa, tal como as alterações que introduziu após o intervalo, com as entradas de Carreras e Arthur Cabral para os lugares de Morato e de Tengstedt.