Exibição de luxo qualifica Portugal para o Mundial de andebol
Uma exibição em cheio selou o apuramento da seleção portuguesa de andebol para o Mundial de 2023, graças a uma dilacerante reviravolta nos Países Baixos, por 35-28, no derradeiro 'play-off' europeu.
Martim Costa, com 10 golos, foi o principal marcador dos ‘heróis do mar’, amparados também nas seis assistências de Miguel Martins, enquanto Kay Smits, com oito tentos, liderou os Países Baixos, que tentavam alcançar a primeira fase final 62 anos depois.
Portugal consumou a quinta presença, depois de 1997, 2002, 2003 e 2021, no Mundial, cuja 28.ª fase final vai decorrer de 12 a 29 de janeiro de 2023, entre Polónia e Suécia, contando já com 22 dos 32 finalistas apurados, incluindo 13 do continente europeu.
Com Pedro Portela, Miguel Martins, Alexis Borges e Diogo Branquinho de volta ao ‘sete’ inicial, os pupilos de Paulo Jorge Pereira até esbanjaram uma vantagem precoce (2-2), mas cedo se impuseram com maior flexibilidade sem bola e variabilidade nos ataques.
Entre entradas aos seis metros e ‘tiros’ de longe, Portugal beneficiou dos imprevisíveis irmãos Francisco e Martim Costa, cada um juntando três golos na etapa inaugural, para crescer gradualmente no marcador e igualar a eliminatória ao fim de 16 minutos (10-7).
Ato contínuo, o islandês Erlingur Richardsson pediu uma pausa, incapaz de despertar os Países Baixos, ressentidos do ‘apagão’ da ‘estrela’ Luc Steins, que, depois de brilhar no primeiro jogo com 17 assistências, ficou-se por quatro golos e quatro passes decisivos.
Para esse desequilíbrio de forças, que contou com eficácia total lusa nos 13 primeiros remates e chegou a cinco tentos (14-9), contribuiu Gustavo Capdeville, autor de nove defesas em 23 remates até ao intervalo, contra três da dupla de guarda-redes locais.
Só que Portugal demorou a adaptar-se ao sistema defensivo alternativo adotado pelos Países Baixos nos 10 minutos finais da primeira parte e perdeu consistência no ataque (17-15), prolongando esse declínio no início do reatamento, até novo empate (19-19).
Sem nunca consentir qualquer vantagem aos neerlandeses, a formação de Paulo Jorge Pereira resgatou frieza nas transições e usufruiu das exclusões de Samir Benghanem e Jasper Adams para voltar a assumir-se com três golos à maior (24-21), aos 42 minutos.
Na melhor versão dos ‘heróis do mar’, guiada por Miguel Martins, Martim Costa e Alexis Borges, sobressaiu o estreante Miguel Espinha, ao fechar a baliza sete vezes em 15 investidas dos Países Baixos, cujas pretensões se esfriaram com o avanço do relógio.
O conjunto de Erlingur Richardsson acabou vergado com sete tentos de desvantagem, sofrendo a maior clivagem durante os 60 minutos (35-28), para êxtase de Portugal, que três meses após a eliminação do Euro2022, por sinal decretada pelos neerlandeses (31-32), celebram a quinta presença seguida nas maiores provas internacionais de andebol.
Jogo no Indoor Sportcentrum, em Eindhoven, nos Países Baixos.
Países Baixos - Portugal, 28-35.
Ao intervalo: 15-17.
Sob arbitragem de Matija Gubica e Boris Milosevic, da Croácia, as equipas alinharam e marcaram:
- Países Baixos (28): Bart Ravensbergen, Luc Steins (4), Samir Benghanem, Bobby Schagen (3), Jeffrey Boomhouwer (2), Kay Smits (8) e Dani Baijens (5). Jogaram ainda Thijs Van Leeuwen, Ivar Stavast, Florent Bourget (3), Iso Sluijters, Jasper Adams (2), Alec Smit, Tim Claessens, Tommie Falke e Tom Jansen (1).
Selecionador: Erlingur Richardsson.
- Portugal (35): Gustavo Capdeville, Pedro Portela (1), Victor Iturriza (4), Miguel Martins (2), Alexis Borges (6), Diogo Branquinho e Fábio Magalhães. Jogaram ainda Miguel Espinha, Gilberto Duarte, Tiago Sousa, Belone Moreira (1), Rui Silva (2), António Areia (3), Francisco Costa (3), Leonel Fernandes (3) e Martim Costa (10).
Selecionador: Paulo Jorge Pereira.
Assistência: Cerca de 3.000 espetadores.