Sócrates reage à data do julgamento. "Isto não é um processo, é uma perseguição penal"
Foi marcado para 3 de julho o início do julgamento da Operação Marquês. Em entrevista à RTP3, o antigo primeiro-ministro reagiu em direto à marcação da data para julgamento.
"Não quero legitimar um ato que considero violador das regras básicas do devido processo legal", afirmou.
O ex-primeiro-ministro afirmou ainda que não há, neste processo, "nem pronúncia nem acusação para sustentar um julgamento%u201D e que o juiz Ivo Rosa o absolveu "de todas as acusações" e que o acórdão que as juízas invocam para julgamento "baseia-se num lapso de escrita".
O objetivo, afirma, passa por "manipular os prazos de prescrição, manter o processo vivo e salvar a face do Ministério Público".
Questionado sobre se estará presente no dia do julgamento, José Sócrates reiterou: "daqui até ao dia 3 de julho teremos muito tempo", garantindo que ainda tem "direito ao recurso".
"Vamos na terceira acusação em dez anos", vincou ainda, considerando que o sistema judicial transformou a operação numa "história de violência e arbítrio".
"Não havendo acusação, não havendo prenuncia, não fazia sentido haver julgamento", concluiu.
O ex-primeiro-ministro, José Sócrates, é o principal de 22 arguidos e está acusado de três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude.