Série "The Rookie" está a inspirar candidatos mais velhos à academia de polícia, diz Nathan Fillion
A série "The Rookie", inspirada na história verdadeira de um homem que mudou de vida aos 45 anos e se tornou polícia em Los Angeles, está a inspirar uma onda de recrutas mais velhos, disse o protagonista Nathan Fillion.
O ator, que interpreta John Nolan na série da ABC, explicou que a academia está a receber candidatos a polícias para lá da idade convencional, durante uma conversa com jornalistas internacionais em LA.
"[São pessoas que] sempre quiseram ser polícias, receavam que fosse visto como crise de meia idade e agora perceberam que pode ser visto como a realização de um sonho", afirmou o ator. "As pessoas estão a ter inspiração e coragem para seguir algo que queriam fazer por causa da série".
Há apenas duas esquadras em Los Angeles onde os novatos (`rookies`) podem ter mais de 37 anos, e é numa delas que a história decorre.
Popularizado pelo papel principal em "Castle", série que protagonizou durante oito anos, Fillion argumentou que o sucesso de "The Rookie" está ligado à humanização das personagens, que mostram um lado diferente da polícia.
"Quando vejo televisão, não me identifico com muita coisa no que toca ao perigo e à intensidade de ser um agente da polícia", referiu. "Mas consigo identificar-me com o falhanço, acontece-me muitas vezes, com o facto de as coisas nem sempre correrem como quero, não ter sorte, desafios, sofrimento, embaraço, ser ridicularizado", descreveu. "É isso que humaniza esta série, faz parte da vida. É uma profissão muito intensa mas estamos a interpretar polícias como eles são realmente, humanos".
O ator canadiano sublinhou que a identificação da audiência com as personagens reflete o esforço dos escritores. "Nos anos oitenta, os heróis que nos vendiam eram enormes e musculados, fortes e preparados, conseguiam lidar com qualquer situação em que se encontrassem", lembrou. "Os heróis que vemos agora são pessoas normais, e isso é algo com que consigo identificar-me, porque sou um homem como qualquer outro".
Visivelmente mais atlético na segunda temporada de "The Rookie", que em Portugal passa no canal AXN, Fillion explicou que o facto de não aparecer em todas as cenas da série, ao contrário do que acontecia em "Castle", lhe permitiu um estilo de vida mais equilibrado e com tempo para exercício.
Revelou também que costuma ver os episódios quando passam na televisão, algo que não fazia na série anterior. "Ainda há episódios de `Castle` que nunca vi", admitiu. "Estava lá 16 horas por dia, tinha visto o guião mil vezes, sabia como ia acabar, o meu tempo era muito curto para ver televisão".
Agora, disse que tem curiosidade em seguir o desfecho das linhas narrativas em que não participa. "Estou a divertir-me como fã da série, o que é uma experiência nova para mim", caracterizou.
Na nova temporada, John Nolan é confrontado com a saída inesperada da agente Talia Bishop, que o estava a treinar, há uma ex-namorada que reaparece e outras ligações ao passado que vão emergir, incluindo o pai que o abandonou em pequeno, contou Fillion.
Realçando a admiração pela intensidade da profissão, o ator descreveu Nolan como "o tipo de homem que faz as suas escolhas como se toda a gente o estivesse a ver o tempo todo".
É algo que faz parte do sentido aspiracional da série: "Tem a ver com quem somos. Quando fechamos os olhos à noite e estamos sozinhos com o silêncio. Consegue viver com essa pessoa?", perguntou. "É assim que tento viver a minha vida e é assim que o Nolan vive a dele".
Ainda sem saber se a ABC renovará "The Rookie" para mais uma temporada, Nathan Fillion reconheceu o bom momento que vive neste momento. "Não acontece sempre ter a oportunidade de ter uma segunda temporada, não me aconteceu muitas vezes, e é uma altura muito entusiasmante".
Disse ainda que "não sabia que estava preparado para voltar a fazer televisão" quando o `showrunner` Alexi Hawley ligou com a proposta, mas "soube logo que com as pessoas envolvidas isto ia ser uma experiência fantástica".
Aos 48 anos, Fillion afirmou que continua a agradecer "às estrelas da sorte" quando é escolhido para um papel e não teve dúvidas de que conseguiria interpretar um polícia.
"Sinto que sou muito bom ator", considerou. "A minha expectativa e esperança é que qualquer novo papel e personagem que interpreto mostre às pessoas que tenho talentos diversificados, e o quão credível posso ser".
ARYG // MAG
Lusa/Fim