Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Rafael Gallo é o vencedor do Prémio José Saramago 2022

por RTP
Como obra vencedora, "Dor Fantasma" será comercializada em todos os países em que se fala português. Foto: DR

O escritor brasileiro Rafael Gallo é o vencedor da 12ª edição do Prémio José Saramago. Foi distinguido pela obra "Dor fantasma", a ser publicada em Portugal pela Porto Editora e no Brasil pela Globo Livros, e que será distribuída em todos os países da lusofonia.

Bruno Vieira Amaral, escritor distinguido com o Prémio Literário José Saramago em 2015, foi o elemento do júri destacado para fazer o elogio da obra vencedora e enalteceu a qualidade de escrita do vencedor.

“É mão cirúrgica, aplicando incisões seguras e sábias, é mão de pintor, na pincelada criativa e intencional, é mão de maestro segurando a batuta e guiando a orquestra num crescendo de som e fúria que culmina no magistral desenlace do romance”, considerou.

Como obra vencedora, "Dor Fantasma" será comercializada em todos os países em que se fala português e o autor receberá um prémio no valor pecuniário de 40.000 euros.

No seu discurso de agradecimento, Rafael Gallo disse que é sempre no papel de leitor que procura coloca-se quando precisa de pensar sobre “alguma questão séria acerca da literatura”. “Um leitor que calha de escrever, mas cuja relação primordial com os livros é da leitura”, explicou à plateia.

“Esse prémio, José Saramago, para mim é uma questão seríssima acerca da literatura, então vou apelar a esse meu lado leitor. Há alguns anos, fiz uma lista com os meus dez livros preferidos na vida”, contou.

“Desses, três foram vencedores desse mesmo prémio. Um deles foi escrito por um dos autores que venceu posteriormente”, o “grande José Saramago”.

Numa nota biográfica, Rafael Gallo conta que em 2015 tinha concorrido ao Prémio José Saramago e não venceu. “Não publiquei outro livro desde então. Tinha um romance inédito, 'Dor Fantasma', e 40 anos de idade quando foi publicado o edital mais recente do Prémio José Saramago. Havia nele duas mudanças fundamentais: seriam contemplados romances inéditos e a idade limite passava a ser de 40 anos”, quando até então era de 35.

“O grande sonho se refazia para mim”, escreve o autor.
O precurso de Rafael Gallo
Nascido na cidade de São Paulo, no Brasil, Rafael Gallo tem criado histórias e inventado personagens desde pequeno, conta a organização do Prémio José Saramago em comunicado.

As suas primeiras incursões na área da literatura foram os contos que acabou por compilar num volume intitulado 'Réveillon e outros dias', que propôs a várias editoras, sem nunca ter sido aceite ou publicado, até concorrer ao Prémio SESC de Literatura, um concurso brasileiro para autores de obras inéditas”.

Foi nessa altura que oficialmente se tornou escritor e, em 2015, lançou o seu primeiro romance, "Rebentar", também pela editora Record, que foi distinguido com o Prémio São Paulo de Literatura, na categoria de autores estreantes com menos de 40 anos.

“Não publicou outro livro desde então, embora tivesse um romance inédito, 'Dor fantasma', e 40 anos de idade quando foi divulgada a abertura de candidaturas para a mais recente edição do Prémio Literário José Saramago da qual é, agora, vencedor”.

O Prémio Literário José Saramago é promovido pela Fundação Círculo de Leitores, com o apoio da Fundação José Saramago, da Porto Editora e da Globo Livros. A cerimónia decorreu num lotado Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, com 1.300 pessoas.

A cerimónia de entrega do prémio contou com a presença de todos os membros do júri desta edição, nomeadamente José Luís Peixoto, Prémio Literário José Saramago 2001; Gonçalo M. Tavares, Prémio Literário José Saramago 2005; João Tordo, Prémio Literário José Saramago 2009; Bruno Vieira Amaral, Prémio Literário José Saramago 2015; Pilar del Río, Presidenta da Fundação José Saramago; Guilhermina Gomes, em representação da Fundação Círculo de Leitores e Presidente do Júri; e Nélida Piñon, Membro Honorário.
Tópicos
PUB