O Ministério da Cultura e a Fundação José Saramago assinaram hoje um acordo para prepararem conjuntamente um programa comemorativo do centenário do escritor, para 2022, que celebre e homenageie a sua vida e obra, e simultaneamente promova a leitura.
O memorando de entendimento foi assinado hoje à tarde pela ministra Graça Fonseca, e pela presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, à sombra da oliveira que guarda as cinzas do escritor, em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago (FJS).
O objetivo deste acordo é preparar um programa comemorativo do centenário do escritor português, vencedor do Nobel da Literatura, que celebre a sua vida e obra, nas dimensões de escritor e de pensador; que reforce a sua presença na história cultural e literária; que promova o estudo e a difusão tanto da obra como do pensamento do autor; que estimule, através da sua obra, o conhecimento e o interesse pela literatura portuguesa e pelo património cultural português.
Segundo Graça Fonseca, o Ministério da Cultura terá um papel central no programa comemorativo, através das suas diversas instituições, mas o objetivo é que esta seja "uma iniciativa aberta a todos aqueles que queiram dar o seu contributo às comemorações".
"Festejar José Saramago é celebrar uma obra ímpar e transversal", mas é também "festejar Portugal e a língua portuguesa, num dos seus mais intensos e brilhantes cultores", assim como um dos mais significativos momentos da história recente, a atribuição do Nobel da Literatura a um português.
Para a ministra, esta será "uma oportunidade privilegiada para celebrar a obra de José Saramago, mas também para homenagear a sua figura de cidadão".
"Promover a leitura, em articulação com os setores públicos e privado, é uma missão estrutural do Ministério da Cultura, e é, como não poderia deixar de ser, um dos eixos centrais deste centenário", afirmou, sublinhando que esta promoção da leitura se reveste de um sentido mais amplo, que se estenda para lá da comunidade de leitores de José Saramago.
Neste mesmo sentido, Pilar del Rio assinalou que "este centenário vai ativar a memória" e que serão recordados temas inerentes às obras de Saramago, como a reconstrução do Convento de Mafra, ou temas políticos, como "a noite levantada de 25 de Abril, assim como se recordará Luis de Camões, Padre António Vieira, ou Gil Vicente, "que perguntou pelas alabardas e espingardas, e que José Saramago lembrou no seu último livro".
"Reviveremos momentos únicos que os livros nos proporcionam", afirmou, sublinhando que irão trabalhar para que as comemorações do centenário -- que começaram a ser preparadas em tempos de pandemia -- sejam "um acontecimento na vida cultural portuguesa".
O comissário para a celebração do centenário, Carlos Reis, destacou que este entendimento com o Ministério da Cultura é "fundamental", porque muito do que se pretende fazer "é feito ou dinamizado por organismos sob a tutela do Ministério da Cultura.
"O centenário será um momento decisivo para consolidar o escritor como referência cultural e para celebrar a literatura, que nunca foi tão importante como neste momento de angústia e medo que estamos a viver".
O centenário do nascimento de José Saramago assinala-se a 16 de novembro de 2022.