Prémio João Silva Correia para "Manhãs do Mundo" do engenheiro e autor Nuno Figueiredo

por Lusa

O Prémio Literário João da Silva Correia, instituído pelo Município de São João da Madeira com caráter anual e nacional, foi este ano atribuído a "Manhãs do Mundo", do engenheiro, poeta e ficcionista Nuno Figueiredo, anunciou hoje a autarquia.

Inspirado no escritor local João da Silva Correia (1896- 1973), autor e jornalista que no romance "Unhas Negras" retratou a vida dos operários da indústria chapeleira, o prémio foi criado em 2006, teve periodicidade irregular ao longo dos anos e, em 2019, passou de local a nacional, alargando também o seu âmbito geográfico a todo o território português.

O júri da presente edição foi constituído pelo ex-ministro da Cultura, escritor, poeta e ficcionista Luís Filipe Castro Mendes, assim como pelo poeta José Fanha e pelo editor António Baptista Lopes, que, em conjunto, apreciaram mais de 40 obras, este ano focadas no género Poesia.

Entre os candidatos, Nuno Figueiredo destacou-se pela "qualidade poética" de "Manhãs do Mundo", recebendo agora uma comparticipação de 2.000 euros para edição dessa obra pela Câmara Municipal de São João da Madeira.

Fonte do júri realça ainda à Lusa que, este ano, "todos os originais submetidos a concurso mereceram uma apreciação global muito positiva, o que levou a que fossem ainda atribuídas mais cinco menções honrosas".

Essas distinções couberam às obras: "Imprecisões", de José Manuel Teixeira, "Uma casa de papel onde morar", de Nuno Garcia Lopes, "A qual fonte o sol regressa", de Luís Aguiar, "Os contentores não cabem em caravelas", de Ana Maria Carvalho Pinheiro Vieira, e "Eras o cervo que fugia depois de haver-me ferido", de Fernando Manuel da Cruz Cabrita.

Natural de Coimbra, Nuno de Figueiredo é licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico e, em 1985, publicou em edição de autor o seu primeiro livro, "O Desencanto em Canto".

Mais recentemente, lançou em 2014 "Crepúsculo", editado pela Tartaruga e distinguido com o Prémio Fernão de Magalhães Gonçalves, ao que se seguiu "Longo Caminho para Casa", composto pela Minerva e objeto do Prémio Florbela Espanca.

Em 2017, as edições Afrontamento colocaram no mercado "Dias Verticais", que recebera o Prémio Vasco Graça Moura no ano anterior, e no mesmo ano saiu "Sublimação da Matéria", que mereceu o Prémio António Cabral, e que ainda aguarda edição.

Segundo a Câmara de São João da Madeira, Nuno Figueiredo também viu a obra "Epifanias" galardoada com o Prémio Ator Mário Viegas 2018.

Além do registo poético, o autor também se dedica à ficção.

Nesse género literário, iniciou-se em 1997 com o romance "Os Dias Gloriosos do Império", após o que lançou "Rendição e Trevas", galardoado em 2011 com o Prémio Literário Alves Redol para Romance, e "Vida e Sombra", que em 2012 recebeu o Prémio Literário Miguel Torga.

Os últimos romances de Nuno Figueiredo são de 2016: "Aprender a Perder", que é uma edição da Câmara Municipal de Coimbra e mereceu o Prémio João José Cochofel, e "Gramática da Melancolia", obra editada pela Âncora e distinguida com o Prémio Orlando Gonçalves.

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