O Presidente da República felicitou hoje o gestor Guilherme d`Oliveira Martins e o professor Telmo dos Santos Verdelho, pela sua eleição como sócios estrangeiros da Academia Brasileira de Letras (ABL), numa nota publicada no `site` da Presidência.
"Felicito, com grande estima, Guilherme d`Oliveira Martins e Telmo dos Santos Verdelho", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, referindo-se aos dois "novos representantes portugueses" naquela academia, tomando os lugares ocupados pelo filósofo Eduardo Lourenço (1923-2020) e pelo linguista João Malaca Casteleiro (1936-2020).
Rebelo de Sousa manifesta a sua confiança nos investigadores eleitos na quinta-feira pela ABL, considerando que "estarão certamente à altura dos seus antecessores, e darão continuidade a um trabalho profícuo de divulgação e preservação da língua portuguesa, em estreita relação com diversas instituições, nomeadamente com a Academia das Ciências de Lisboa".
"O percurso académico irrepreensível de Telmo dos Santos Verdelho, bem como o profundo conhecimento de Guilherme d`Oliveira Martins sobre cultura portuguesa constituem, em conjunto e em uníssono, uma presença firme de Portugal na Academia Brasileira de Letras e na salvaguarda da língua portuguesa em todo o mundo", remata o Chefe de Estado.
A ABL elegeu, na quinta-feira, em sessão virtual, os quatro novos sócios correspondentes da instituição, entre os quais os portugueses Telmo dos Santos Verdelho, professor catedrático, e Guilherme d`Oliveira Martins, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian.
O quadro de sócios correspondentes da ABL é formado por 20 membros estrangeiros, tendo a eleição, na quinta-feira, preenchido as cadeiras sete, oito, 18 e 20. Um novo membro apenas é eleito pelos académicos quando um dos efetivos morre.
O professor catedrático da Universidade de Aveiro Telmo dos Santos Verdelho, 77 anos, é autor da obra "As palavras e as ideias na revolução liberal de 1820" (1981) e de diversas outras publicações ao longo da sua carreira. O novo sócio correspondente ficará com a cadeira n.º 18, ocupando o lugar anteriormente pertencente a João Malaca Casteleiro.
Guilherme d`Oliveira Martins, 69 anos, mestre na área do Direito, é administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, e presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura, é doutor Honoris Causa pela Universidade Lusíada, pela Universidade Aberta e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa.
Oliveira Martins assumiu responsabilidades governativas como secretário de Estado da Administração Educativa (1995-1999), ministro da Educação (1999-2000), ministro da Presidência (2000-2002) e ministro das Finanças (2001-2002).
Foi presidente da SEDES -- Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (1985-1995), vice-presidente da Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), de 1988 a 1994, e presidente da Comissão do Conselho da Europa (2005).
Guilherme d`Oliveira Martins ocupará a cadeira n.º 20, tomando o lugar do ensaísta Eduardo Lourenço.
Oliveira Martins é autor, entre outras, das obras "Educação ou barbárie?", "O Enigma Europeu", "Audácia do País Moderno", "Oliveira Martins - um convite de ideias", sobre o seu antepassado, o historiador Joaquim Pedro d`Oliveira Martins (1845-1894), "Que Constituição para a União Europeia", "O novo Tratado Constitucional Europeu" e "Portugal - Instituição e Factos".
Além dos dois portugueses, foram ainda eleitos o escritor e historiador norte-americano Benjamin Moser, de 45 anos, e o jornalista e historiador uruguaio Julio María Sanguinetti, de 85 anos.