Porto ao longo dos séculos no núcleo museológico da Casa do Infante

por Agência LUSA

Os visitantes do novo núcleo museológico da Casa do Infante, hoje inaugurado, poderão percorrer séculos de história, nomeadamente os tempos da ocupação romana e o período medieval, quando ali nasceu o Infante D. Henrique.

O director da Casa do Infante, Manuel Real, referiu que o projecto, que representa um investimento de cerca de 280.000 euros desde 1998, teve entre os seus objectivos principais o estudo em detalhe da ocupação do terreno ao longo dos tempos.

As escavações arqueológicas efectuadas permitiram descobrir vestígios de um palácio romano, tendo sido encontrada uma zona de mosaicos romanos com uma extensão suficiente para que se pudesse reconstituir o piso de um salão, tarefa que foi executada por uma empresa espanhola especializada, de Mérida.

O novo núcleo museológico reconstitui a área ocupada pelos antigos serviços do Rei na cidade, nomeadamente a Alfândega, a Casa da Moeda, a Contadoria da Fazenda e outros serviços de importância menor, além de algumas casas onde habitavam funcionários régios.

Foi também criada uma área de exposição ao público, com um circuito que permite não só a protecção das estruturas arqueológicas, mas também a sua visualização, através de pisos em vidro ou em grelha metálica.

Ao longo do circuito destacam-se a visualização em computador da evolução da ocupação do lugar da Casa do Infante desde a ocupação pré-romana à actualidade, assim como uma maqueta de grandes dimensões que mostra como era o Porto na Idade Média, com a muralha fernandina ainda intacta.

O circuito mostra também numerosas peças de cerâmica de várias épocas encontradas no local, assim como moedas e outros objectos.

O projecto incluiu a criação de espaços funcionais para o Arquivo Municipal com modernas condições para a conservação dos documentos reunidos ao longo de oito séculos de história do município, tendo em conta nomeadamente o controlo ambiental.

Outra vertente do projecto consiste em transformar este monumento e equipamento cultural num pólo de atracção para o turismo cultural, que está integrado na zona histórica da cidade, junto ao rio, já qualificada como Património Cultural da Humanidade da UNESCO.

Esta vertente levou à inclusão no projecto de um Posto de Turismo, assim como à sua integração no circuito europeu de antigas casas da moeda, para potenciar a sua projecção internacional.

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