Policial "Requiem para D. Quixote", de Dennis McShade, lançado 3ªfeira na livraria Assírio & Alvim
Lisboa, 17 Nov (Lusa) - O romance policial "Requiem para D. Quixote", de Dennis McShade, pseudónimo do escritor Dinis Machado, será apresentado terça-feira, numa reedição da Assírio & Alvim, na livraria da editora, em Lisboa.
Dinis Machado, que se celebrizou com o romance "O Que Diz Molero", editado em 1977, escreveu sob o pseudónimo de Dennis McShade e publicou na colecção de livros Rififi, que dirigiu, da editora Íbis, três policiais: "A Mão Direita do Diabo" (1967), "Requiem para D. Quixote" (1967) e "Mulher e Arma com Guitarra Espanhola" (1968).
"Eu sempre digo que é bom ler os três de seguida, porque aquilo é um crescendo, em termos de arrumação literária", disse hoje à Lusa o escritor José Xavier Ezequiel, que vai falar sobre a reedição dos três títulos na sessão de terça-feira, com início às 18:30.
"Foi a primeira vez que alguém, numa colecção de bolso, fez um policial literário", sublinhou, à excepção de "algumas brincadeiras literárias", como fez Jorge Luis Borges.
Como é conhecido, Dinis Machado escreveu os três romances num ano, "porque precisava de dinheiro" e "criou a personagem do Peter Maynard, que é uma homenagem ao Pierre Menard, de um conto do Borges, que é uma espécie de assassino intelectual", explicou.
"É um assassino independente, que trabalha quer para a máfia americana, quer para pessoas que lhe peçam, mas é muito escrupuloso, não mata só pelo dinheiro, só mata se as pessoas forem realmente más: é uma espécie de anjo vingador", referiu.
Depois, é um assassino diferente dos outros: "em casa, só ouve música clássica, lê Joyce e Proust e bebe muito leite porque tem uma úlcera".
Sobre "Requiem para D. Quixote", José Xavier Ezequiel recordou que foi adaptado ao cinema, por Pedro Bandeira Freire, num filme realizado por Nicolau Breyner que se chama "Contrato" e está agora em fase de montagem.
Terça-feira, na livraria Assírio & Alvim, o livro de Dennis McShade será apresentado pelo escritor Mário Zambujal e, no final da sessão, serão projectados filmes negros e haverá um beberete "em memória" de Peter Maynard.
ANC.