Pintor Bernard Frize, pela primeira vez em Portugal, mostra obras na Gulbenkian

por Lusa

Lisboa, 03 fev (Lusa) - O pintor francês Bernard Frize vai expor obras em Portugal, pela primeira vez, apresentando, no Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian, em Lisboa, a partir de 13 de fevereiro, trabalhos produzidos nas duas últimas décadas.

"Isto é uma ponte" é o título da exposição que o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian vai apresentar até 31 de maio, em conjunto com uma instalação inédita do artista Miguel Ângelo Rocha, intitulada "Antes e depois".

Bernard Frize, 65 anos, recentemente distinguido com o prémio da Academia das Artes de Berlim, mostra nesta exposição pinturas produzidas durante a segunda metade da sua carreira, ao longo de duas décadas.

De acordo com o CAM, estarão em foco quatro séries de trabalhos que, apesar das diferenças técnicas e estéticas, se encontram ligados entre si.

A exposição "pretende evidenciar as ligações entre essas séries e o modo como as ideias que as atravessam se interligam, transformam e evoluem, revelando a singularidade do projeto artístico do pintor", sublinha o CAM.

O título remete para o estabelecimento de uma ponte entre a abstração e a figuração, a natureza e a cultura, a fotografia e a pintura.

Nascido em Saint-Mandé e a viver entre Paris e Berlim, Bernard Frize começou a ganhar notoriedade com as séries de pinturas "All over", realizadas em 1977, realizando, dois anos depois, a primeira exposição individual na Galerie Lucien Durand, em Paris.

Desde então, tem exposto em cidades como Roma (Villa Medici), Londres (Simon Lee Gallery), Nova Iorque (Pace Gallery) e Paris (Galerie Emannuel Perrotin), entre outras.

Este ano venceu o Prémio Kathe Kollwitz, atribuído anualmente pela Academia das Artes de Berlim e que distingue um artista residente naquela cidade.

A instalação inédita de Miguel Ângelo Rocha, especialmente concebida para a sala de exposições temporárias, e para a sala polivalente do CAM, é de grandes dimensões, desenvolve-se entre as duas salas, apresentando um conjunto de linhas e volumetrias sem princípio, meio ou fim, e são os visitantes que escolhem onde, quando e como começar a ver a escultura.

O título "Antes e depois", três palavras atravessadas por uma linha horizontal, "contém a negação do seu próprio sentido, acentuando a duração e assumindo o tempo da escultura como nunca completo e acabado, em permanente movimento".

Professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Miguel Ângelo Rocha, 51 anos, realizou a sua primeira exposição individual na Galeria Módulo, em 1991, e, desde então, tem exposto em cidades como Roterdão, Nova Iorque, Lisboa e Porto.

Está representado na coleção do CAM, Fundação de Serralves, Fundação EDP, Museu do Chiado, MUDAM, Luxemburgo e Ross School of Business, University of Michigan, entre outros.

Tópicos
PUB