O PCP defendeu hoje a integração na Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora_27 dos elementos que pertenceram à Equipa de Missão e medidas que impeçam que se repita o afastamento dos responsáveis pela conceção dos projetos.
As propostas foram apresentadas, em comunicado, após o eurodeputado do PCP João Oliveira se ter reunido com os sete programadores e comissários de CEC que enviaram uma carta à Comissão Europeia a manifestar preocupações com Évora_27.
Considerando que "da reunião resultaram com grande clareza duas linhas de solução", os comunistas apontaram, "por um lado, a necessidade de serem tomadas decisões que permitam envolver a Equipa de Missão de Évora_27 na concretização do projeto".
"Por outro lado, a necessidade de se estudarem medidas que impeçam no futuro a repetição do não envolvimento das equipas responsáveis pela conceção dos projetos de cidades CEC depois da fase preparatória ou já mesmo na fase de execução", adiantaram.
No comunicado, o PCP realçou que os programadores e comissários europeus "são unânimes" na valorização do trabalho desenvolvido pela Equipa de Missão responsável pelo projeto da candidatura de Évora, liderada por Paula Mota Garcia.
"A conceção artística e cultural da candidatura de Évora_27 é reconhecida como exemplo para vários outros projetos", assim como o trabalho de preparação "é identificado como impulsionador das parcerias entretanto estabelecidas com outras CEC", notou.
Segundo os comunistas, os sete responsáveis de CEC entendem que as decisões que levaram ao afastamento dos elementos da Equipa de Missão na fase de concretização do projeto de Évora_27 "são vistas com grande preocupação".
E apontam as "consequências que têm no atraso na concretização do projeto, no desfasamento entre quem concebeu e quem vai executar e pela dificuldade em ultrapassar esses problemas no curto espaço de tempo até ao ano de 2027".
O PCP referiu que aqueles responsáveis alertaram "para as implicações que podem resultar dos problemas criados com o não envolvimento da equipa que concebeu e dirigiu o processo de candidatura, incluindo na avaliação que continuará a ser feita do cumprimento dos critérios que justificaram a escolha".
Na reunião, assinalou, "foi ainda sublinhada a necessidade, também ao nível da União Europeia, de reforço dos apoios financeiros à execução dos projetos das cidades CEC, considerando que esses apoios são hoje claramente insuficientes".
O PCP assumiu que vai "continuar a intervir com propostas e iniciativas políticas" que permitam ultrapassar dificuldades" no projeto de Évora_27 e admitiu considerar "propostas e iniciativas adequadas no Parlamento Europeu para abordar a questão suscitada do enquadramento da iniciativa das cidades CEC".
Participaram na reunião com João Oliveira, Elisabeth Schweeger (Bad Ischl 2024, Áustria), Piia Rantala-Korhonen (Oulu 2026, Finlândia), Mija Lorbek (Nova Gorica e Gorizia 2025, Eslovénia), Henrik Dagfinrud (Bodo 2024, Noruega), Lukas Cerny (Ceske Budejovice 2028, República Checa), Pascal Keiser (Bourges 2028, França) e Martha Ryczkowska (Lublin 2029, Polónia).
A coordenadora da candidatura de Évora a CEC, Paula Mota Garcia, demitiu-se, em outubro, por considerar que "não estavam reunidas as condições" para continuar, e apontou atrasos na constituição da associação gestora, formalizada apenas em fevereiro de 2024.
Dias depois da demissão de Paula Mota Garcia, tomou posse a direção da associação gestora de Évora_27, tendo sido escolhida a jurista Maria do Céu Ramos para a presidir.
Esta mudança levantou preocupações junto dos responsáveis de outras sete CEC -- atuais e futuras -, que escreveram uma carta à Comissão Europeia, também numa altura em que está em curso uma revisão do atual modelo CEC que termina em 2033.