O festival Olhares do Mediterrâneo, que começa na quinta-feira, em Lisboa, dedicado ao cinema no feminino, volta a chamar a atenção para o tema das migrações e conta, pela primeira vez, com filmes de escola.
A quarta edição abrirá no cinema São Jorge com "The nurse", da realizadora turca Dilek Çolak, uma história sobre Leyla, uma enfermeira obcecada com o peso, e Kerem, um revolucionário em greve de fome. Até 01 de outubro, o Olhares do Mediterrâno contará com 52 filmes, debates e duas exposições.
Pela primeira vez, o festival abre-se a filmes de escola, "com o objectivo de divulgar o olhar da nova vaga do cinema feminino do Mediterrâneo" - diz a direção - e que inclui quatro produções portuguesas: "O cabo do mundo", de Kate Saragaço-Gomes, "Monday", de Laura Carreira, "Lugar em parte nenhuma", de Bárbara de Oliveira e João Rodrigues, e "A pedra", de Ana Lúcia Carvalho.
Este ano, o festival volta a ter o programa "Travessias", dedicado ao tema das migrações e dos refugiados, com filmes como o documentário israelita "The Wonderful Kingdom of Papa Alaev", de Tal Barda e Noam Pinchas, e "El peso de la manta", com a presença da realizadora Clelia Goodchild em Lisboa.
A propósito deste programa, serão mostradas a exposição de fotografia "Evideor", de Canelle Kraft, e a de ilustração "Pássaro que voa", de Carlota Madeira Lopes.
Há ainda uma secção competitiva com 21 curtas-metragens e seis longas-metragens, como o filme de encerramento, "Willy first", assinado por Marielle Gautier, Ludovic Boukherma, Zoran Boukherma e Hugo Thomas.
Entre as curtas selecionadas estão "Setembro", de Leonor Noivo, uma produção da Terratreme em estreia no Olhares do Mediterrâneo, e "Rampa", de Margarida Lucas, ficção premiada em 2015 em Vila do Conde e no ano seguinte nos prémios Sophia.
Inspirado no festival Films Femmes Mediterranée, o Olhares do Mediterrâneo aconteceu pela primeira vez em 2014.