"O Valor do Livro Antigo em Portugal" lançado hoje

por Agência LUSA

Mais de 150 autores, 700 obras, 1.500 leilões e 280 imagens a cores e a preto e branco integram "O Valor do Livro Antigo em Portugal", publicação que é lançada hoje na Quinta da Encosta, Carcavelos.

Segundo os autores, João Figueiredo Pereira e José Ferreira Vicente, o trabalho pretende responder à necessidade que diversas entidades interessadas no livro antigo de autores portugueses ou de interesse para Portugal sentiam em ter uma publicação com os preços de mercado dos livros e uma bibliografia que integrasse todos as obras escritas por cada autor, assim como as diversas edições de cada uma.

"Quando nos referimos particularmente ao século XVI, temos bibliografias muito detalhadas e de grande qualidade, como a de D.

Manuel ou a Bibliografia escrita por António Joaquim Anselmo, entre outras", mas "estas publicações apenas apresentam os livros impressos em Portugal", lê-se uma nota dos autores.

"Se se pretender ter uma visão integrada da obra de um determinado autor, e tendo em consideração as inúmeras edições impressas fora de Portugal, a consulta terá de ser realizada em inúmeras fontes, com grande dispersão de tempo e por vezes com resultados deficientes", lamentam João Pereira e José Vicente.

Publicado numa edição bilingue, "O Valor do Livro Antigo em Portugal" pretende ser, precisamente, um contributo para facilitar essa pesquisa de informação a todos os bibliófilos e interessados pelo livro antigo em Portugal.

O primeiro volume refere os forais, os documentos mais importantes manuscritos até ao século XVI e os livros impressos dos autores cuja primeira edição foi realizada até ao século XVI, leiloados em Portugal de 1990 a 2003, assim como a biografia e a bibliografia de cada autor.

O aparecimento de um autor em leilão cuja primeira edição do seu primeiro livro tenha sido publicada num determinado século faz com que a informação relativa a todos os seus livros leiloados e a biobibliografia sejam inseridas no volume relativo a esse século.

Em relação aos forais e manuscritos serão apresentados os documentos mais importantes leiloados, incluindo a sua descrição, o preço estimado e o preço de venda, encontrando-se os dados relativos aos livros impressos divididos em duas partes: na primeira são apresentados os leilões e na segunda a biobibliografia de cada autor.

Os leilões surgem separados em duas áreas - uma primeira que corresponde aos autores portugueses, e uma segunda que diz respeito aos leilões de livros de autores estrangeiros com interesse para Portugal.

São incluídos os diversos livros leiloados, com a descrição do respectivo frontispício, a caracterização do livro (encadernação, condições de conservação), o preço estimado do leilão e o da venda.

O próximo volume, que terá dois tomos, corresponderá aos manuscritos seiscentistas e aos livros impressos de autores cuja primeira edição do primeiro livro pertença ao século XVII, leiloados em Portugal de 1990 a 2005.

Posteriormente, irão ser publicados os volumes correspondentes aos séculos XVII, XVIII, XIX e XX e em cada uma destas publicações serão também incluídas actualizações dos leilões e biobibliografias constantes nos volumes anteriores.

O primeiro volume tem um prefácio da autoria do professor e historiador João José Alves Dias.

O prefácio assinala que o livro permite "saber o preço médio que determinado livro tem obtido no mercado ao longo dos últimos anos (1990-2003)".

No entanto, a sua vertente principal é ser um "complemento indispensável a uma nova bibliografia da produção de autores portugueses, ou relacionados com Portugal, do século XV ao XX", destaca o docente.

Sublinha também a utilidade que "O Valor do Livro Antigo em Portugal" tem para o conhecimento "material" do livro, pois permite saber se se trata de um exemplar que aparece com grande, pouca ou rara frequência.

João José Alves Dias sublinha ainda que "basta estarem várias pessoas interessadas na mesma obra e que ela traduza alguma raridade" para o seu valor aumentar, mas alerta para o risco de se pensar que um livro antigo está sempre em valorização, pois isso nem sempre sucede.

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