O degelo - Monet

por Sofia Leite - RTP

Em setembro de 1878, Claude Monet muda-se com a família para a aldeia de Vétheuil, a uns cinquenta quilómetros de Paris.

O inverno do ano seguinte é extremamente rigoroso e a região fica totalmente paralisada pela neve, coberta de um manto branco onde nem os transportes circulam. O pintor francês lança-se na execução de uma vintena de telas em janeiro de 1880, captando o que tanto o fascina, a efemeridade e mudança da água. Apesar do frio cortante, planta o seu cavalete nas margens do Sena ou a bordo do seu barco atelier, perseguindo a impetuosidade da natureza no seu fulgor, com os blocos de gelo a partirem-se e a serem levados pela força da corrente. Neste degelo, a austeridade glaciar é retratada com melancolia pelo mestre do impressionismo.
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