Nova biografia do compositor Mozart desmistifica morte por envenenamento

por Agência LUSA

Um livro biográfico sobre Wolfgang Amadeus Mozart, da autoria de um italiano especialista em História da Música, desmistifica testemunhos históricos de que o compositor teria sido envenenado por misteriosos inimigos.

Intitulado "Amadeus - Vida de Mozart", a obra tem a chancela das Publicações Europa-América e é lançada este mês para assinalar os 250 anos do nascimento do compositor austríaco.

A obra é da autoria do professor de História da Música da Universidade de Roma Cláudio Casini, autor de diversas outras biografias sobre compositores famosos.

Considerado um dos maiores génios musicais do seu tempo, mas também dono de uma personalidade provocatória e sensibilidade sobreexcitada, Mozart morreu em 1791, numa terrível agonia, convencido de que tinha sido envenenado por inimigos.

Segundo a biografia de Casini, no fim da vida, já muito doente, estava obcecado pela ideia de ter sido envenenado por inimigos e poderiam existir vários motivos para isso acontecer porque Mozart tinha dívidas, era libertino, maçon e participava em conspirações.

O envenenamento foi muito falado entre a família e em público e, devido a testemunhos do seu estado quando faleceu, a suspeita manteve-se até à actualidade, recaindo, nomeadamente, sobre o compositor italiano Salieri, o maestro responsável junto da corte imperial.

Segundo o autor da nova biografia de Mozart, esta suspeita foi tão forte e tão comentada naquela época, que Salieri, apesar de a ter negado sempre, chegou a tentar matar-se.

"Nada justifica a acusação contra Salieri", escreve Cláudio Casini, sustentando que foi sempre correcto com Mozart, divulgou as suas obras e era, ele próprio, um grande professor e um compositor "de grande mestria e nobre talento".

No entanto, admite que este tenha colocado obstáculos à subida de Mozart junto da corte imperial, por inveja do seu extraordinário talento.

O facto de Mozart ter pertencido a uma seita maçónica com ideias extremamente avançadas e radicais, e que na época foi condenada pelo papa e alvo de perseguições, também contribuiu para as suspeitas.

Contudo, Cláudio Casini sustenta, no livro, que um "diagnóstico moderno explica que a obsessão do veneno é atribuível a um estado depressivo e a uma condição paranóia, característica da nefrite (doença dos rins) de que Mozart morreu".

A obra, com 288 páginas, percorre toda a vida do músico, desde o início da aprendizagem com o pai, surpreendendo todos com os seus "dotes naturais e miraculosos" para improvisar composições, até à sua vida adulta, com uma intensa produção de música sacra e de câmara, sinfonias e óperas.

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