Nocturno

por Sofia Leite

No centro de um céu verde-escuro, a lua, cheia e melancólica, levemente perpassada por farrapos de nuvens, paira e reflecte-se sobre águas tranquilas/serenas e quietas. A densidade da noite é pontuada por uma fileira de luzes que sugerem um caminho ou uma ponte, que nos guia até um edifício que quase se funde na escuridão.

O grande artista português António Carneiro pinta este “nocturno”, em 1911; provavelmente uma vista do Porto ou de Leça da Palmeira, um exemplo assombroso do simbolismo, movimento artístico que nasce no final do século XIX em França, em oposição ao naturalismo. 

Aqui o artista não mostra o que vê, mas antes o que mais profundamente sente, para que todos possam abraçar a mesma emoção.

Um programa de Sofia Leite com a produção de Bárbara Miranda.
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