O Prémio Nobel da Literatura de 2020 foi atribuído à poetisa e ensaísta americana Louise Glück, "pela sua inconfundível voz poética que, com austera beleza, torna universal a existência individual".
Nascida em Nova Iorque em 1943, Louise Gluck já ganhou vários grandes prémios literários nos Estados Unidos, incluindo um Pulitzer, em 1993, e um National Book Award, em 2014. Agora, foi a vez de a Academia Sueca distinguir o trabalho da autora.
"Acabei de falar com Louise Glück. A mensagem chegou-lhe como uma surpresa, mas bem-vinda, pelo que percebi", declarou o secretário permanente da Academia Sueca, Mats Malm, que anunciou a decisão desta quinta-feira.
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— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 8, 2020
The 2020 Nobel Prize in Literature is awarded to the American poet Louise Glück “for her unmistakable poetic voice that with austere beauty makes individual existence universal.”#NobelPrize pic.twitter.com/Wbgz5Gkv8C
Glück é professora de inglês na Universidade de Yale, em Connecticut. A sua estreia literária aconteceu em 1968, com o livro de poesia Firstborn. Foi "rapidamente aclamada como uma das mais proeminentes poetas na literatura contemporânea americana".
Desde então, a autora já publicou 12 coletâneas de poesia e vários volumes de ensaios sobre esse género literário.
Ainda por publicar em Portugal, a sua escrita é caracterizada por uma “busca pela clareza” e foca-se em temas como a infância e as relações familiares, de acordo com notas de Anders Olsson, presidente do comité do Nobel.
“Nos seus poemas, o indivíduo escuta o que sobra dos seus sonhos e delírios. E ninguém consegue ser mais duro do que Glück no confronto das ilusões do indivíduo”, considera.
Numa lista de contemplados largamente masculina, Gluck torna-se na sétima mulher a ser distinguida este século e a 16.ª, desde o começo, entre as 117 pessoas a quem foi atribuido o Nobel da Literatura.
Entrega do prémio será transmitida digitalmente
Este ano a atribuição do Prémio Nobel fica marcada pelo cancelamento da tradicional cerimónia presencial de entrega dos galardões, agendada para 10 de dezembro em Estocolmo, pela primeira vez desde 1944 (durante a Segunda Guerra Mundial).
“Há algumas questões especiais a discutir neste ano em especial”, explicou a Academia. “Devido à situação pandémica, os premiados com o Nobel não poderão reunir-se em Estocolmo em dezembro".
“Há algumas questões especiais a discutir neste ano em especial”, explicou a Academia. “Devido à situação pandémica, os premiados com o Nobel não poderão reunir-se em Estocolmo em dezembro".
"Em vez disso, a cerimónia de entrega dos prémios e as palestras Nobel serão organizadas em cooperação com uma instituição perto da morada dos galardoados e transmitida digitalmente. Esperamos poder combinar isto com a universidade onde leciona Louise Glück”, acrescentou a instituição.
Em julho, a fundação já tinha anunciado o cancelamento do tradicional jantar de gala em honra dos laureados, que se realiza anualmente na capital sueca, no mês de dezembro.
Anteriormente, este banquete só fora cancelado durante as duas Guerras Mundiais e nos anos de 1907, 1924 e 1956.
Em julho, a fundação já tinha anunciado o cancelamento do tradicional jantar de gala em honra dos laureados, que se realiza anualmente na capital sueca, no mês de dezembro.
Anteriormente, este banquete só fora cancelado durante as duas Guerras Mundiais e nos anos de 1907, 1924 e 1956.
Polémicas em torno do Nobel da Literatura
O Nobel da Literatura, envolto em diversas polémicas nos últimos anos, tem um valor superior a 900 mil euros.
Após a controversa escolha de Bob Dylan, em 2016, a Academia Sueca foi apanhada pela agitação de um escândalo sexual e de crimes financeiros que a dividiu, tanto que teve de adiar a atribuição do prémio de 2018, pela primeira vez em mais de 70 anos.
A polémica rebentou no final de 2017 com denúncias de 18 mulheres a um diário sueco, de que teriam sido vítimas de abuso sexual por parte do artista Jean-Claude Arnault, que foi condenado no final de 2018 a dois anos e meio de prisão por violação.
Ao rebentar o escândalo, a Academia Sueca cortou relações com o artista e pediu uma auditoria, que concluiu que Arnault não influenciou decisões sobre prémios e bolsas.
Contudo, descobriu-se que Katarina Frostenson, mulher do artista e membro do comité que decidia a atribuição do Nobel da Literatura, era coproprietária do clube literário do marido, que recebia regularmente apoio financeiro da Academia Sueca, o que violava as regras de imparcialidade.
O relatório confirmou também que a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel foi violada várias vezes.
O Nobel da Literatura, envolto em diversas polémicas nos últimos anos, tem um valor superior a 900 mil euros.
Após a controversa escolha de Bob Dylan, em 2016, a Academia Sueca foi apanhada pela agitação de um escândalo sexual e de crimes financeiros que a dividiu, tanto que teve de adiar a atribuição do prémio de 2018, pela primeira vez em mais de 70 anos.
A polémica rebentou no final de 2017 com denúncias de 18 mulheres a um diário sueco, de que teriam sido vítimas de abuso sexual por parte do artista Jean-Claude Arnault, que foi condenado no final de 2018 a dois anos e meio de prisão por violação.
Ao rebentar o escândalo, a Academia Sueca cortou relações com o artista e pediu uma auditoria, que concluiu que Arnault não influenciou decisões sobre prémios e bolsas.
Contudo, descobriu-se que Katarina Frostenson, mulher do artista e membro do comité que decidia a atribuição do Nobel da Literatura, era coproprietária do clube literário do marido, que recebia regularmente apoio financeiro da Academia Sueca, o que violava as regras de imparcialidade.
O relatório confirmou também que a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel foi violada várias vezes.
c/ agências