O físico sino-americano Tsung-Dao Lee, que em 1957 se tornou no segundo cientista mais jovem a receber um Prémio Nobel, morreu no domingo em casa, em São Francisco aos 97 anos.
Com um trabalho que contribuiu para o avanço da compreensão da física de partículas, Lee foi um dos grandes mestres da área, segundo um obituário divulgado pelo Instituto Tsung-Dao Lee, da Universidade Jiao Tong de Xangai, e do Centro de Ciência e Tecnologia Avançadas da China, sediado em Pequim.
Naturalizado norte-americano em 1962, era também professor emérito da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Robert Oppenheimer, conhecido como o pai da bomba atómica, chegou a descrever Lee como um dos mais brilhantes físicos teóricos da época, com um trabalho que revelou "notável frescura, versatilidade e estilo".
Tsung-Dao Lee nasceu em Xangai a 24 de novembro de 1926, o terceiro de seis filhos de um comerciante e de uma católica devota, segundo o jornal local Wenhui Daily.
Entre 1946 e 1950, estudou na Universidade de Chicago com Enrico Fermi, Prémio Nobel da Física em 1938.
Foi galardoado com o Prémio Nobel da Física, juntamente com o chinês Chen-Ning Yang, em 1957, pelo trabalho de exploração da simetria das partículas subatómicas quando estas interagem com a força que mantém os átomos unidos. Aos 31 anos, tornou-se no segundo cientista mais jovem a receber a distinção.
À medida que a China se foi abrindo ao intercâmbio com o mundo, na década de 1970, Lee regressou ao país natal várias vezes, para dar palestras e promover o desenvolvimento das ciências, segundo "media" estatais chineses.