Vereadora na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira nos departamentos de Cultura e Direitos Sociais.
Viver a nossa verdadeira realidade é um acto de liberdade, que dá trabalho – implica olhar para dentro e percebermos quem somos. E para isso é preciso coragem moral e intelectual para chegar à essência das coisas, e de si. E, muitas vezes, implica fazer travessias no deserto. Mas, se formos livres na nossa essência, na nossa cabeça, não há nada que nos prenda…
“Se formos a ver, temos exemplos como nos ‘Feios, Porcos e Maus’, na nossa sociedade e perfeitamente actuais, a violência doméstica continua a ser um flagelo, a subordinação do homem sobre a mulher continua a existir, as famílias em que a mulher continua a ser a cuidadora principal, a ter de abdicar da sua vida para se dedicar ao cuidado do filho e da família continua, a miséria humana é exactamente a mesma, continuamos a ter as situações de abuso sexual, de abuso sobre crianças, a questão de não cuidado, da falta de afectividade.”
Sobre o mundo actual, Manuela Ralha comenta: “Nós hoje vivemos num tempo e num mundo que vive demasiado rapidamente, numa velocidade sobrenormal, vivemos demasiado depressa, aquilo que hoje é uma coisa, amanhã já não é, já não nos interessa, ou já perdemos o interesse, e perdemos a noção de que precisamos de tempo para saborear e gerir o mundo e a sociedade à nossa volta.”
A Cultura pode ser uma das portas abertas para a diferença porque, segundo diz, “o papel da Cultura é, sobretudo, a criação de pensamento crítico. Ou seja, pôr a pessoa a pensar, pensar em si, pensar no outro, na sua envolvente. A pensar e a sentir.” E é preciso apostar na Educação.
No centro de tudo, na realidade, trata-se de relembrar os valores absolutos da dignidade humana, do respeito pelos direitos do Homem.
Ainda hoje, no meio de múltiplos afazeres, é júri da Ação Qualidade de Vida da Associação Salvador.