Tal como em anos anteriores, o certame, inaugurado ao final da tarde de hoje, visa divulgar e preservar os "apetitosos" doces e a arte do seu fabrico, assim como divulgar os espaços nobres da cidade alentejana.

"A feira decorre no Claustro da Sé Catedral, mas, nas edições anteriore s, teve como palco o Convento de São Bernardo e o Convento de Santa Clara, espaç os pouco conhecidos pela população", disse hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Mata Cáceres.

A edição deste ano, que se prolonga até domingo, conta com a presença d e meia centena de doceiros de todo o país, tendo o autarca explicado que, para e nriquecer mais a mostra, estão também expostos doces de conventos da Alemanha, E spanha, França e do Reino Unido.

"Isto significa que, além dos já conhecidos toucinhos-do-céu, fidalgos, pães de rala, barrigas de freira, ovos-moles, castanhas de ovos e pastéis de Be lém, os visitantes podem ainda saborear chocolates, marmeladas, licores, bombons , biscoitos e bolachas feitos nos conventos europeus", sublinhou.

A sexta edição do certame não se limita à mostra e venda de doces conve ntuais, incluindo animação e actividades diversas, nomeadamente um espectáculo q ue recria a temporalidade do barroco setecentista.

"Vamos ter também crianças vestidas de "freirinhas" e "fradinhos" a per correr o recinto, até domingo, com "açafates", ou seja, pequenos cestos que serv iam para transportar e oferecer os objectos ricos e de qualidade nos séculos do Barroco. Agora, vão presentear os visitantes com rebuçados conventuais", explico u à Lusa a organização.

Promovida pelo município, a mostra integra ainda a exposição "Registos, arte devocional popular", o lançamento do livro "Doces conventuais da tradição de Santa Clara de Portalegre - manas Cardoso", um concurso de doçaria e um conce rto de Canto Gregoriano pela Schola Gregoriana Hispana.

A tradição conventual de Portalegre tem origens remotas e as receitas d os doces foram guardadas num recato quase confessional, em que a passagem dos se gredos de confecção é aliada a um voto de manutenção do rigor, da qualidade e de sigilo absoluto.

As iguarias mantem-se leais aos modos de produção particulares, aos gos tos e aos métodos tradicionais de cada convento, passados de geração em geração.