"Tina Turner, a 'Rainha do Rock'n Roll', morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença em sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça", revelou o representante em comunicado citado pelo canal de televisão Sky News.
"Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo", acrescentou.
Tina Turner começou a sua carreira na década de 1950, durante os primeiros anos do Rock & Roll, tendo evoluído rapidamente para um fenómeno internacional.
Um dos seus maiores sucessos foi a música "What's Love Got to Do with It", lançada em 1984. Foi também nessa década que venceu seis dos seus oito prémios Grammy e que conseguiu ver uma dúzia das suas canções no Top 40, incluindo "Typical Male", "The Best", "Private Dancer" e "Better Be Good to Me".
Apelidada de "Rainha do Rock & Roll", Tina Turner alcançou também uma das maiores audiências de sempre em concertos, quando em 1988 juntou 180 mil pessoas no Rio de Janeiro para a verem atuar.
Turner lutou contra uma série de problemas de saúde depois de se reformar e, em 2018, enfrentou uma tragédia familiar, quando o seu filho mais velho, Craig, se suicidou aos 59 anos em Los Angeles. O seu filho mais novo, Ronnie, morreu em dezembro de 2022.
A Casa Branca já reagiu à "incrivelmente triste notícia" da morte da artista, considerando este momento uma perda imensa para as comunidades que dela gostavam e para a indústria musical como um todo.
"Tina tinha tudo"
A cantora foi casada com o guitarrista Ike Turner, nunca tendo escondido as agressões físicas que sofreu por parte deste nas décadas de 1960 e 1970.
O jornalista Nuno Galopim relembrou em declarações à RTP o percurso de Tina Turner, considerando que esta deixa um legado dividido em duas etapas “fundamentais”: uma primeira etapa ao lado do marido Ike e uma outra após a separação.
“Felizmente houve uma série de músicos que a redescobriram no princípio da década de 1980 e a devolveram ao patamar de protagonismo que ela merecia”, afirmou.
Nuno Galopim fala numa “voz única” e numa “capacidade rara de dominar as artes do palco”.
O comentador da RTP Álvaro Costa destacou, por sua vez, “a capacidade de uma mulher negra abrir a porta, por exemplo, a uma Beyoncé”.
“Não haveria uma Beyoncé sem Tina Turner”, frisou.
“A presença, a voz, o repertório, o bom gosto, a sua capacidade de transformar a música” são as características que Costa realça na cantora. “Tina tinha tudo e visualmente era espantosa nos seus duetos com o Mick Jagger, com o David Bowie e com muitos outros”, acrescentou.
c/ agências