Wayne Shorter, um dos maiores nomes do jazz, morreu na quinta-feira aos 89 anos. Com uma carreira que durou mais de seis décadas, o saxofonista norte-americano fez parte dos Jazz Messengers, do quinteto de Miles Davis e colaborou com nomes como Herbie Hancock, Steely Dan e Joni Mitchell. No total, Shorter ganhou 12 Grammys.
“Compositor visionário, saxofonista, artista visual, budista devoto, marido, pai e avô dedicado, Wayne Shorter faleceu aos 89 anos, deixando a terra como a conhecemos e embarcando numa nova jornada como parte da sua vida extraordinária”, anunciou a editora Blue Note em comunicado.
Nascido em Newark, a 25 de agosto de 1933, Wayne Shorter começou a tocar saxofone aos 16 anos. Em 1959, com 26 anos, Shorter começou a sua carreira como saxofonista ao juntar-se ao baterista Art Blakey e ao grupo Jazz Messengers. Depois de cinco anos a tocar ao lado de Blakey, Shorter tornou-se líder da banda, tocando ao lado de outros futuros grandes nomes do jazz como Lee Morgan e Freddie Hubbard.
Em 1964, Shorter foi convidado pelo trompetista Miles Davis para uma digressão, juntamente com Herbie Hancock, Tony Williams e Ron Carter. Juntos formaram aquele que ficou conhecido como o “Segundo Grande Quinteto de Miles”, que durou vários anos.
Durante esse período, Shorter compôs aqueles que viriam a ser alguns dos seus maiores sucessos, como “Footprints”, “Nefertiti” e “Sanctuary”.
A par dos Jazz Messengers e do quinteto de Miles Davis, Wayne Shorter fez ainda parte de um projeto considerado fulcral no seu percurso, o grupo de fusão Weather Report, com o teclista e compositor Joe Zawinul.
Shorter, que conseguiu o título de maior improvisador ao vivo do jazz, era muito requisitado por vários músicos, nomeadamente por Joni Mitchell, que recrutou o saxofonista para todos os dez álbuns que lançou entre 1977 e 2002.
Shorter colaborou ainda com os Rolling Stones, Carlos Santana, Milton Nascimento e em 1989 produziu o álbum “Pilar”, da cantora e compositora portuguesa Pilar Homem de Melo.
No total, Wayne Shorter soma 12 prémios Grammy. O primeiro foi em 1979, com o álbum 8:30, dos Weather Report, e o mais recente foi este ano, na categoria de Melhor Solo de Jazz Improvisado (com “Endangered Species”, do álbum “Live at the Detroit Jazz Festival”).
Shorter venceu ainda o Prémio Kennedy (Kennedy Center Honors), em 2018, sendo reconhecido como “um génio, pioneiro, visionário e um dos maiores compositores do mundo”.
O saxofonista atuou por diversas vezes em Portugal, nomeadamente no Coliseu de Lisboa em 1991, no Estoril Jazz em 2003, no Guimarães Jazz em 2006, na Casa da Música, Porto, em 2009, e no Centro Cultural de Belém (Lisboa), em 2014.
c/ agências